A comunidade do Bairro do Areias, paróquia de Nossa Senhora da Conceição do Montijo, viveu a realização de um sonho com a dedicação da sua nova Igreja. Dia 20 de Fevereiro o Bispo de Setúbal, D. Gilberto dos Reis, presidiu à celebração.
O dia da memória dos Pastorinhos, Beatos Jacinta e Francisco Marto, foi o dia escolhido para a Dedicação por serem eles os padroeiros do templo. Mesmo sendo um dia de semana, e ao fim de uma jornada de trabalho, muitos foram aqueles que quiseram participar naquele momento de festa.
Com as portas do novo templo ainda fechadas, o cortejo formado pelo Presidente e sacerdotes concelebrantes parou em frente à igreja. Ali para além do descerrar da placa comemorativa do momento, ouviram-se umas palavras de Maria da Luz, em jeito de testemunho, que há uns anos atrás começou a criar esta comunidade, disponibilizando um espaço em sua casa para que pudesse acontecer a catequese. «Em 1984 tive um sonho, sonhei que havia muitas crianças que tinham vontade de rezar mas não tinham local», referiu, lembrando que à época falou com o bispo e com o pároco sobre a sua vontade de se criar uma comunidade, oferecendo o sótão para a realização da instrução catequética. «Junto da autarquia na altura foi oferecido um espaço na escola para celebrar a Santa Missa e depois o terreno onde nos encontramos hoje», referiu, lembrando que «com ajuda de muitos amigos, a comunidade conseguiu realizar esta obra».
40 anos, 40 igrejas
Depois deste momento inicial, as portas do novo templo abriram-se e todos se acomodaram, não sem alguma surpresa pelo espaço, que muitos viam pela primeira vez.
Após a entrada solene, com a aspersão e a proclamação da Palavra, a dedicação da nova igreja tem no seu ritual as ladainhas, a oração da dedicação, a unção do altar e das quatro cruzes colocadas nas paredes do templo, a sua incensação e iluminação de todo o espaço da nova igreja.
Durante a homilia, e recordando a celebração dos 40 anos da diocese de Setúbal, D. Gilberto dos Reis lembrou que durante estes anos já se dedicaram ou benzeram cerca de 40 locais de culto.
«Um lugar de encontro com Jesus e de acolhimento, é assim que deve ser qualquer nova Igreja», referiu o prelado. O novo espaço «é uma graça onde se faz experiência de Deus, onde se vai cultivar a oração e a catequese».
D. Gilberto dos Reis lembrou ainda os Pastorinhos, as primeiras crianças não mártires a serem beatificadas, que através da oração e dos sacrifícios que faziam eram exemplo de vida de Igreja e de busca de Deus, e convidou todos a imitar as suas virtudes e busca de santidade.
Comunidade a crescer
No final, ainda antes da leitura da acta da dedicação do templo, houve um momento de discursos. O Presidente da Câmara do Montijo, Nuno Canta, foi um dos presentes. Referiu a ocasião como «momento essencial da história da cidade e do bairro do Areias, e que representa a concretização de um sonho que foi realizado devido ao trabalho de várias pessoas». «Esta obra é mais que uma Igreja: é um espaço de cultura e celebração, numa cidade em que a religião tem o seu lugar», salientou. O edil renova a ideia de que a cidade a que preside procura ser uma cidade de valores e tolerância.
O Pe Carlos Rosmaninho, antigo responsável daquela comunidade e ainda seu vigário paroquial, também deixou umas palavras de agradecimento. Lembrando também o seu antecessor, o falecido Pe Manuel Gonçalves, o sacerdote agradeceu a Deus toda a história feita desde a primeira comissão até aos dias de hoje. Leu ainda uma mensagem da Irmã Margarida, religiosa das Irmãs do Cordeiro, que desempenhou trabalho pastoral naquela comunidade e onde fez o seu discernimento vocacional final. «Que a nova Igreja seja para cada um lugar de crescimento junto a Jesus», desejou a religiosa.
O Pe Leonel Francisco, pároco da comunidade, foi o último a falar, deixando um extenso mas sentido rol de agradecimentos por todos estes anos.
A festa terminou em alegre convívio no exterior, onde o Corpo Nacional de Escutas tinha preparado o espaço para um jantar partilhado.
Bruno Máximo Leite