O Padre José Lobato que, com a tomada de posse do IV Bispo de Setúbal, cessou as suas funções de Administrador Diocesano, deu as boas-vindas ao Cardeal D. Américo Aguiar em nome do Colégio dos Consultores e de toda a comunidade diocesana de Setúbal.
“É o início de uma nova etapa no caminho eclesial que vimos percorrendo desde há quase meio século (48 anos, mais precisamente)” iniciou.
Recordou que “nesta Sé, neste mesmo dia 26 de outubro de 1975 foi ordenado o primeiro Bispo de Setúbal, D. Manuel Martins. Devemos, no entanto, juntar a esta memória os 10 anos em que fomos Região Pastoral de Setúbal, preparando-nos, sob a liderança do então Cónego João Alves, futuro Bispo de Coimbra, para sermos nova Diocese em Portugal”.
“Fomos todos aprendendo que construir uma diocese é mais do que a montar organização e administração de instituições, que evangelizar é mais do que pregar” elucidou o sacerdote.
Fomos caminhando, sob a orientação de sábios pastores que nos ensinaram a ir ao encontro de todos, dar-lhes a conhecer a beleza e a atualidade do Evangelho, sobretudo com gestos de amor e fraternidade para com os mais frágeis, numa região marcada por muitas carências sociais e outras.”
Lembrando os bispos anteriores, D. Manuel Martins, D. Gilberto dos Reis e D. José Ornelas, o presbítero referiu que “D. Américo Aguiar também é e será diferente dos seus antecessores”.
“É uma riqueza da Igreja – como de todas as instituições abertas à novidade e à esperança – que se verifiquem mudanças de pessoas e funções”, salientou.
“Não fazemos memória do passado para nos fixarmos nele, mas para projetarmos, para o presente e para o futuro, o entusiasmo de sempre, mais amadurecido pela experiência, mais lúcido pela reflexão, mais humilde pela confiança nos que são diferentes de nós.”
A esperança não engana (cf. Rm 5, 5), antes enche de alegria o coração (cf. Rm 15, 13), como escreveu S. Paulo. D. Américo: sabemos que traz na sua bagagem toneladas de esperança e de alegria, tão evidentes em toda a marcha que, de modo sábio e entusiasta, manifestou na preparação e organização da recente Jornada Mundial da Juventude em Lisboa.”
“Os dons que manifestou neste acontecimento são, para nós, em especial para os muitos jovens desta Diocese, motivo de jubilosa esperança”, reforçou.
Caminhar com Maria, Mãe de Jesus
“Desde tempos remotos, nos três castelos situados no território da nossa diocese (Almada, Palmela e Sesimbra) as igrejas respetivas foram dedicadas a Santa Maria. E a primeira igreja construída em Setúbal (esta em que nos encontramos) foi dedicada desde o início, a Santa Maria da Graça. Criada a Diocese, D. Manuel Martins pediu, em nome de toda a Comunidade diocesana, ao Santo Padre João Paulo II que, com esta invocação (Santa Maria da Graça), Nossa Senhora fosse a Padroeira da Diocese de Setúbal e que a celebração litúrgica a ela dedicada coincidisse com a Solenidade da Imaculada Conceição (8 de dezembro).”
Da narração que S. Lucas faz da visita de Maria a Isabel foi escolhido o tema da JMJ: «Maria levantou-se e partiu a toda a pressa».
“D. Américo, na juventude dos seus 49 anos, é ágil no seu falar, no seu caminhar, na sua aproximação e diálogo com toda a gente. “A toda a pressa”. D. Américo, apresse-se. Estivemos tempo demasiado sem Bispo. Também nós estamos com pressa de o conhecer, de lhe falar de nós, de o escutar, de percorrer, ágeis, consigo os caminhos do presente e do futuro desta Igreja de Setúbal, à qual todos fomos chamados a servir, sob o carinho, o exemplo e a intercessão de Maria.”
Padre José João Aires Lobato/JM
Fotos: AS/Diocese de Setúbal