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A Sua vontade

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Quantas vezes já assumimos os acontecimentos do dia-a-dia como sendo a “Vontade de Deus”? Seja um acontecimento mais comum, seja uma tristeza ou uma fatalidade, muitos de nós costumamos dizer ser fruto da vontade divina e por isso inevitável.

 

 

Curiosamente lembramo-nos mais da referida frase quando temos pela frente um acontecimento desagradável ou um problema grave. Acompanhamos o adágio com o encolher dos ombros dos submissos, com o cerrar breve dos olhos dos conformados e o frisar dos lábios dos derrotados o que dá à mesma a força da fatalidade.

Deus é mais raras vezes lembrado nos momentos de alegria, de festa, de júbilo. Aí um “Graças a Deus!” surge de forma mais automática do que propriamente sentida ao contrário dos momentos de fatalidade em que a atribuição das responsabilidades é directa, sentida e dolorosa.

Parece que este facto faz transparecer que mesmo nós cristãos ainda não descobrimos o Deus da Boa Nova e ainda estamos preso ao Deus castigador da antiga aliança. Se algo acontece de menos bom é a vontade de Deus, porque nesse momento lembramos um Deus castigador, punitivo, severo e sancionador.

Dúvidas não restem que os acontecimentos menos bons da nossa vida também eles são vontade de Deus, pois não cai uma só folha sem que seja Sua vontade, mas se assim é também não há folha verde que brote ou flor que desabroche que não seja por graça divina e raras vezes nos lembramos de Deus ao contemplar o bem ou o bom.

Somos fatalistas por natureza genética ou histórica, mas podemos e devemos sempre ser optimistas ou pelo menos procurar o sentido do que vai sucedendo para compreender e, no nosso caso de Dirigentes do CNE, ajudar a compreender.

Somos nós que temos que ajudar a compreender que o sofrimento de terceiros é o que nos faz dar graças pela nossa paz, ou que nos faz perceber que devemos ajudar os que sofrem e é nossa oportunidade de caminhar no sentido certo e de levar a caridade de que Paulo nos fala.

Quantas vezes são os males que acontecem aos que escolhem caminhos errados que orientam os outros no caminho certo? Quantos momentos de perda de terceiros nos permitem valorizar os nossos entes queridos?

Quem tem a missão de ajudar a crescer tem igualmente o dever acrescido de ajudar a compreender e, principalmente o dever de deixar unívoco que Deus é Amor!

 

Rui Pinto Gonçalves

Chefe Regional

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19 de Julho de 2010