Caro Alfredo,
Lembras-te, com certeza do que diz o Evangelho a respeito dos discípulos de Emaús. Trata-se daqueles dois judeus que se sentiam destroçados com o modo como “acabou” Jesus. Lá se fora por terra a confiança que Nele depositaram de que seria para eles e para todos um grande libertador.
BILHETE – POSTAL
Caro Alfredo,
Lembras-te, com certeza do que diz o Evangelho a respeito dos discípulos de Emaús. Trata-se daqueles dois judeus que se sentiam destroçados com o modo como “acabou” Jesus. Lá se fora por terra a confiança que Nele depositaram de que seria para eles e para todos um grande libertador. Afinal, assassinado numa cruz e enterrado. Agora, destroçados e envergonhados perante tantos que se admiravam da sua boa fé e da sua simplicidade. Foi assim, com estes sentimentos, que deixavam Jerusalém e se dirigiam a sua casa, em Emaús, falando com tristeza do que acontecera. Aparece então um caminhante, que os interpela: “de que ias falando?”. O resto conheces tu. Jesus, a convite deles, entra em sua casa e com eles celebra a primeira Eucaristia depois da Ressurreição. Foi aqui, na partilha do pão, que eles reconheceram Jesus e a seguir deixaram tudo para irem dizer a toda a gente que Jesus ressuscitou.
Isto que nos quer dizer? Que, celebrando a Páscoa, “partilhando o pão”, não nos podemos ficar em Emaús, mas correr a todo o lado a anunciar a Boa Nova.
Estou em crer que em Emaús não cabe mais ninguém. Está lá regalada a maior parte dos nossos cristãos em convívios muito festivos, com iniciativas que agradam muito, mas deixando que, cá por fora, o mundo caminhe meio (só?) perdido. E não pode ser. Não pode ser mesmo.
Ouviste como eu a notícia triste de que em Espanha 100 mil ateus se propunham manifestar em Quinta-Feira Santa contra Deus, isto é, contra os que acreditam em Deus. Se calhar, o mal não está na manifestação que é um direito, mas nos Emaús cheios de cristãos entretidos e distraídos.
Então, deixar o encanto de Emaús e saltar para o mundo. Já é tempo!
Ded.º
+ Manuel