Liturgia da Solenidade da Anunciação do Senhor
Comentário do padre Dário Pedroso, SJ, Assistente Diocesano do Apostolado da Oração
A Anunciação do Senhor, do Verbo que Se fará homem no seio da Virgem Maria, é um ato maravilhoso da Trindade que quer a salvação do mundo. Quer a nossa libertação, quer a nossa comunhão com Ela, quer que sejamos, como Maria, a Imaculada, colaboradores da salvação do mundo. A Trindade olhou a face da terra, onde havia tanto mal, tanto pecado, tanta falta de amor e liberdade, tanta guerra e tanto crime, decidiu a Encarnação do Verbo e enviou o Arcanjo à jovem Maria de Nazaré.
O “sim” de Maria foi o primeiro momento da nossa redenção. Deus veio através d’Ela, depois do seu “fiat”. Nós iremos a Deus, à fonte da vida e da graça, através de Maria, a Cheia de graça, a Mãe imaculada, Mãe de Deus e nossa Mãe. E sempre que, como Ele, aceitamos a vontade de Deus e seu convite, se dizemos sim, Deus incarna em nós com a sua vida de graça e de amor e através de nós nos outros. O nosso “sim” assumido com amor e fé continua o “fiat” de Maria, a Mãe de Jesus e nossa.
“E o Verbo Se fez carne e habitou entre nós”, e permaneceu connosco e no meio de nós, em nosso ser, na nossa alma e no nosso coração, com o desejo de cristificar cada pessoa, com a ânsia divina de que nos abramos à sua presença, com uma sede inflamada de amor, que sua Mãe partilha, que nos demos a Ele, vivamos n’Ele, permaneçamos n’Ele.
Cada Eucaristia, como nos ensinou São João Paulo II, é uma incarnação continuada. Em cada celebração eucarística, o Espírito que gerou Jesus no seio de Maria, pelo milagre da consagração, torna-O presente no altar, em Corpo, Sangue, Alma e Divindade. E através da Eucaristia, o Verbo que Se tinha feito carne pelo “fiat” de Nossa Senhora, faz-Se alimento, faz-Se pão do Céu, e vem a nós para divinizar o nosso ser, para cristificar o mundo.
O amor da Trindade e o “sim” de Maria, acolhendo a vontade do Pai, sendo “escrava de amor da Palavra”, que o Arcanjo Lhe transmite e que Ela aceita com toda a humildade e amor, em pleno ato de entrega e de obediência, realizou a Encarnação do Verbo. Deus fez-Se homem para que nós homens sejamos “deuses”, participemos da vida divina e mergulhemos na comunhão trinitária. Assumiu a nossa carne até às últimas consequências, exceto no pecado. Bendigamos a Trindade Santa. Louvemos Maria, a Cheia de graça, rezando uma Ave Maria.
Padre Dário Pedroso, SJ, Assistente Diocesano do Apostolado da Oração
Foto: Agência Ecclesia