Liturgia de Segunda-feira da XI Semana do Tempo Comum
Comentário à liturgia de hoje pelo Padre Francisco Mendes, Pároco de Charneca de Caparica
Na primeira Leitura (1 Reis 21, 1-16), vemos como a cobiça e o orgulho feridos trabalham no coração do Homem: diante de uma recusa de venda de um bem, diante da não cedência ao propósito de alguém poderoso, é esse mesmo poderoso que exerce e deixa à mercê de outrém a vida e a integridade física do que se negou a entrar nos planos porventura injustos do monarca.
É a história de todos os tempos: diante da integridade moral, diante da estatura ética, há aqueles que assumem com dignidade a liberdade do outro e a sua liberdade, e os que contrariamente procuram todos os meios, sobretudo desonestos e sórdidos, para vergar e aniquilar a vontade e a estatura dos que se atrevem a resistir diante do poder, da soberba e do orgulho próprios.
Muito facilmente a resposta a esta injustiça seria a vingança, mas Jesus, no Evangelho (Mt 5, 38-42) lembra-nos que essa atitude seria apenas um repetir da mesma lógica violenta, fomentador de um crescendo na resposta que inevitavelmente traria um surgir de novas e desmedidas destruições, de pessoas, bens e benefícios. E não é esse o Seu Caminho, mas antes de perdão, misericórdia, esperança e vida.
Clamamos, com o Salmo 5, que Deus escute a nossa súplica: esta súplica é para suportarmos com paciência as violências e injustiças, e para que seja o próprio Deus o nosso defensor. Peçamos pois esta graça com muita confiança e empenho da nossa vontade.
Padre Francisco Mendes