No passado dia 28 de junho, o Padre José Gusmão celebrou 50 anos de ordenação sacerdotal. A data foi assinalada com a Eucaristia vespertina da solenidade dos apóstolos São Pedro e São Paulo, entre muitos familiares e amigos, na Paróquia de São Paulo onde serviu durante 43 anos.
Na homilia da celebração, o sacerdote lembrou o apóstolo Paulo, na sua expressão “o momento da minha morte está iminente, combati o bom combate, terminei a minha carreira, guardei a fé”.
“Decorridos 50 anos após a minha ordenação sacerdotal – afirmou o Padre Gusmão – eis-me chegado a uma nova etapa. Na minha pequenez, não sei se poderei dizer como Paulo… Muito ficou por fazer, muito há ainda para fazer, mas o Senhor providenciará, enviando samaritanos que ajudem a continuar. Entrego-me à misericórdia divina, pois em Cristo pus a minha confiança.”
O padre recordou, também, a forma como, discretamente, Deus o chamou a esta vida de total consagração: “Hoje, o Senhor continua a chamar homens e mulheres das mais diversas formas e para as mais diversas tarefas. A mim, chamou-me através de um sacerdote de Beja que, em junho de 1967, na escola, perguntou se algum menino queria ir para o seminário. Levantámo-nos quatro… e eu que sempre disse que queria ser guarda fiscal”.
Depois de terminar a formação no Seminário de Vila Viçosa, o Padre José Gusmão foi ordenado sacerdote a 28 junho de 1970, em Mora, pelo arcebispo de Évora à data, D. David de Sousa. Com a criação da Diocese de Setúbal em 1975, e estando o sacerdote ao serviço da Paróquia de Canha, optou por ficar na Diocese de Setúbal, com o então primeiro Bispo desta Diocese, D. Manuel Martins.
Testemunho vivo da história da Diocese de Setúbal
D. José Ornelas, Bispo de Setúbal, disse no final da Eucaristia que o Padre Gusmão é um “testemunho vivo da história desta Diocese”.
“D. Manuel Martins e estes sacerdotes, como o Padre Gusmão, foram aqueles que ajudaram a construir a Igreja de Setúbal que nós somos, a fazer pontes, a entrar em diálogo com a sociedade. Foram eles que construíram este espírito que nasceu em Setúbal numa época tão cheia de criatividade, mas também de dificuldades, e que se traduz numa busca de construir laços com todos”, assinalou o Prelado.
Na celebração marcou presença, também, a Presidente da Câmara Municipal de Setúbal, Maria das Dores Meira.
“É o intenso trabalho das almas que hoje aqui celebramos com grande alegria. O Padre Gusmão dedicou a maior parte da vida a construir algo: este templo, onde hoje estamos, sonhado, ainda estas terras de Setúbal estavam por desbravar. Completou-se, aqui, o fazer mais cidade. As cidades só são completas quando nelas há, também, o necessário espaço para a reflexão e para a oração”, disse a edil.
No final da celebração, em representação dos diferentes grupos paroquiais, forças vivas da comunidade, dirigiram ao Padre Gusmão uma palavra de agradecimento e testemunharam o seu afeto de pastor ao longo dos 43 anos que ali serviu, marcando diferentes gerações. A entrega de algumas ofertas foram o sinal visível da gratidão.
Por decisão do Padre José Gusmão, o valor monetário do ofertório recolhido no final da celebração foi encaminhado para a Diocese, para o fundo da campanha “Na Partilha não há Distância”.
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