Bispo presidiu à Missa Crismal, no 45.º aniversário da Diocese sadina.
O bispo de Setúbal, presidiu a semana passada à Missa Crismal, na Catedral sadina, destacando o “momento difícil” da pandemia e elogiando as novas presenças católicas nas famílias, plataformas digitais e mundo da solidariedade.
“Na Igreja pós-pandemia, não queremos simplesmente voltar ao que era antes. O Espírito vai guiar-nos, porque se vão abrir novas portas, de oportunidades e necessidades. Vão ser pedidas novas respostas, criatividade”, referiu D. José Ornelas, na homilia que proferiu durante a celebração, com transmissão online.
“Nestes meses de pandemia, vimos a ação do Espírito, agindo de novas formas, por novas pessoas e canais”, acrescentou.
O responsável católico falou da fé como “caminhada até à Igreja” e destacou que não basta ser “comunidade virtual”.
“É possível, também na pandemia, celebrar a Eucaristia e celebrá-la com segurança. Aprendemos que vir à Missa não é perigoso, mas é preciso que não sejam simplesmente os mais velhos”, apelou.
A Missa Crismal reuniu o clero sadino em volta do seu bispo, na festa de Nossa Senhora do Carmo e 45.º aniversário da criação da Diocese de Setúbal.
“Celebramos no desconforto e no meio de muitos condicionalismos, mas celebramos igualmente como ação de graças”, assinalou D. José Ornelas.
Deus nunca nos abandona, por mais dramática que seja a situação em que nos encontremos”.
O responsável católico assinalou os jubileus sacerdotais do Padre José Gomes Lopes Gusmão (50 anos) e do padre José Manuel de Morais Salgueiro Teixeira de Abreu (25 anos), além de outros aniversários de ordenação sacerdotal.
A Missa Crismal celebra-se tradicionalmente na manhã de Quinta-Feira Santa, com a renovação das promessas sacerdotais, a bênção dos óleos dos catecúmenos e dos enfermos e a consagração do óleo do crisma, utilizados na celebração de vários sacramentos.
Esta ano, devido à pandemia de Covid-19 e à suspensão das celebrações comunitárias, várias dioceses optaram por celebrar esta Eucaristia em datas alternativas.
O bispo de Setúbal sublinhou, na sua homilia, que este é um “momento singular” para a vida diocesana, explicando o simbolismo de cada um dos três óleos, para pedir uma Igreja “compassiva e misericordiosa”.
A intervenção alertou para as consequências da pandemia – “fome, desemprego, injustiça, falta de sentido para a vida” -, pedindo que “ninguém seja esquecido” e que todos possam encontrar “novos caminhos de esperança”.
“A luta vai ser ainda longa e árdua”, referiu o presidente da Conferência Episcopal Portuguesa.