Quinta sessão do ciclo «O desafio da (i)Humanidade de Grupo», promovido pela Agência Ecclesia e Secretariado Nacional das Comunicações Sociais, destacou a necessidade da Igreja se aproximar dos jovens e da família.
O ciclo de debates decorre semanalmente desde 17 de fevereiro com convidados das várias dioceses, proponda uma reflexão a partir dos dois últimos documentos publicados pela Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), ‘Recomeçar e reconstruir’ e ‘Desafios pastorais da pandemia à Igreja em Portugal’.
O Vigário Episcopal para a Pastoral da Diocese de Setúbal, Padre Luís Ferreira, participou no encontro, sublinhando que nos últimos tempos “houve criatividade, mas também se sentiram dificuldades nas comunidades”.
Os secretariados e os movimentos ficaram “aprisionados” porque estão habituados “ao modelo presencial”, acentuou o padre Luís Ferreira.
Na sua intervenção, o sacerdote da diocese sadina frisou que D. José Ornelas de Carvalho, bispo de Setúbal, centrou a sua pastoral em dois conceitos – fraternidade e proximidade – e quer os jovens como intervenientes da pastoral, por isso “apostou nas visitas pastorais com dinamismo juvenil”.
O padre Licínio Cardoso, coordenador da Pastoral na Diocese de Aveiro, afirmou que a pandemia “desmascarou muitas realidades” na Igreja e na sociedade.
“Esta pandemia desmascarou muitas realidades na Igreja e na sociedade, por isso é importante a cultura do encontro, do diálogo e da valorização do humano”, referiu o participante.
Na sua intervenção, o coordenador da Pastoral na Diocese de Aveiro realçou também que se vive numa “Igreja demasiado clerical” e a “este clericalismo deve suceder a sinodalidade”.
Anabela Borba, presidente da Cáritas Diocesana de Angra (Açores), assinalou por sua vez que a pandemia “afetou todos os pontos da sociedade” e acelerou alguns processos, com feridas “fundas” e “um aumento flagrante das desigualdades sociais e da precariedade laboral”.
A Igreja deve ser “transformadora” e colocar a sua tónica na educação dos jovens “para a missão de evangelizar”, acrescentou a responsável, para quem, além da atenção aos jovens, é preciso apostar “na proximidade entre as gerações” e ajudar a “transformar a vida cristã das famílias”.
O padre Carlos Aquino, pároco de Loulé (Diocese do Algarve), referiu que o primado da palavra deve ser valorizado porque “existe muito analfabetismo bíblico” e uma “crise de linguagem”.
Para o sacerdote, a chave passa pela sinodalidade entre o clero, entre o povo de Deus e nas atividades pastorais.
Segundo o responsável, existe “uma grande dificuldade no compromisso”, por isso apela “à criatividade” nas atividades pastorais.
Durante o tempo de pandemia, “a proposta espiritual foi fortificada no seio da família” na Diocese do Algarve, mas a integração dos jovens nas comunidades “é difícil”.
“A Igreja necessita de sair e ir ao encontro dos jovens”, apelou.
Na linha das apostas, o pároco de Loulé propõe “pequenos grupos comunitários”, nos quais “é mais fácil partilhar a palavra e a vida”.
Agência Ecclesia c/JM