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Diocese: D. Américo Aguiar celebra pela primeira vez em Setúbal na Solenidade de Santa Maria da Graça

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O Cardeal D. Américo Aguiar, Bispo de Setúbal, celebrou pela primeira vez na catedral sadina na Solenidade de Santa Maria da Graça, Padroeira da Diocese de Setúbal.

O dia 8 de dezembro é dia de festa: celebra-se a Solenidade da Imaculada Conceição da Virgem Santa Maria, que em Setúbal se invoca pelo nome de Santa Maria da Graça, padroeira da Diocese de Setúbal. Assinala-se igualmente o Dia da Diocese.

Na sua admonição inicial, o prelado lembrou que este dia era tradicionalmente o Dia da Mãe (posteriormente transferido para o primeiro domingo de maio): “as mães passaram a ter dois dias, e merecem todos os outros”. “Invocamos as mamãs aqui presentes, as que já partiram para a casa do Pai, aquelas que vão ser e que ainda não desconfiam, ou que já sabem e não disseram”.

Este dia santo é habitualmente data de ordenações na Diocese, pelo que o Bispo de Setúbal lembra todos os sacerdotes e diáconos que celebram aniversário de ordenação, em particular o Padre Rui Rosmaninho, Pároco da Sé (Paróquia de Santa Maria da Graça e São Julião), que assinala 35 anos de sacerdócio.

 

“Esta jovem, Maria, aceitou ser a mãe do filho de Deus”

Perante uma assembleia repleta de crianças da catequese e dos escuteiros da Paróquia de Santa Maria e São Julião, D. Américo Aguiar explicou a liturgia da Solenidade dedicada a Nossa Senhora, concebida sem pecado original.

Realizando uma série de questões às crianças, o prelado explicou que a primeira leitura, do Livro do Génesis, referia-se a Adão que se escondeu após ter provado do fruta da árvore proibida, depois de Eva ter sido aliciada pela serpente. “Deus andava à procura de Adão. O que é aconteceu a Adão? Fez o que não devia, não cumpriu o que lhe foi dito, fez uma asneira. O que é que fazemos quando fazemos uma asneira? Escondemo-nos.”

“Adão escondeu-se com medo. E Deus perguntou-lhe: «Onde estás?». E ele disse que estava escondido, porque estava com medo e vergonha pelas asneiras que fez, por não ter cumprido a palavra de Deus. Depois Adão passou a culpa a Eva, e Eva disse que tinha sido a serpente. Até hoje, não perdemos a mania do passa-culpas.”

Falando sobre o Evangelho, em que se relata a Anunciação do Anjo a Maria, D. Américo Aguiar lembrou às crianças as personagens envolvidas: a jovem Maria (mãe de Jesus), o anjo Gabriel, José (noivo de Maria), David (antepassado de José) e Isabel (prima de Maria).

“Quem é esta Maria? É Nossa Senhora: é Nossa Senhora da Conceição, Maria de Nazaré, Maria do presépio, é Nossa Senhora de Fátima. É sempre a mesma. Às vezes podemos ficar confundidos que estas Nossas Senhoras sejam sempre a mesma. Mas não é um problema, porque é a mesma Nossa Senhora conhecida com nomes diferentes. É sempre a mãe, a nossa mãe.”

Nesta história bonita, “o anjo diz a Maria que ela vai ser mãe do filho de Deus. E ela diz sim ou diz não? Diz que sim. E vive toda a sua vida de acordo com esse sim. Ela diz: «Eis-me aqui». Ela não se escondeu, nem fugiu como Adão. Esta jovem, Maria, aceitou ser a mãe do filho de Deus”.

A partir daí, continuou o Cardeal, a sua vida passou a ser “estar alerta”, sempre em disponibilidade. Quem é que na nossa sociedade está sempre alerta? Os bombeiros, os policias, os médicos, tanta gente. E lá em casa, quem é que está sempre disponível? A mãe e o pai.”.

 

“Nós hoje estamos a celebrar a festa desta jovem Maria, de Nossa Senhora da Conceição, da Imaculada Conceição. Não sei se sabem, mas houve um rei português [D. João IV], que há muitos anos atrás decidiu que o rei e rainha de Portugal deixariam de usar coroa porque quem vai ser rainha de Portugal vai ser Maria” explicou aos mais novos.

“Caros irmãos e irmãs, na nossa vida vamos ter sempre estas duas possibilidades: fazer como Adão, asneira, passar culpas, escondermo-nos, ou fazer como Maria, dizer que “sim” e viver de acordo com esse compromisso. De serviço à humanidade, de sermos santos. Por isso, todos os dias, de manhã nós podemos escolher ser como Adão ou como Maria.”

Por fim, deixou um convite a todos: “Vou convidar os meninos a fazer uma coisa, todos os dias antes de dormirem: sentam-se na beira da cama e pensam “o que é que eu hoje que fiz de coisas boas?”, depois “o que é que eu hoje fiz de coisas más” e depois fazer a matemática. Se o resultado der positivo, podemos dormir descansados, se der negativo, então vamos dormir sabendo que no dia seguinte temos de ser melhores, ser santos”.

“O convite que faço a todos, aos mais pequeninos e aos mais crescidos é que cada dia nos inclinemos mais para Maria, que disse sim, do que para Adão que fez asneira e se escondeu”.

“Meus queridos irmãs e irmãs, que Nosso Senhor vos abençoe, que vos fortaleça e encoraja para muitas mais vezes sermos como Maria e quando formos como Adão, que Deus nos perdoe e nos permita retomar o caminho. Assim seja”, concluiu.

No final da celebração, D. Américo Aguiar, os concelebrantes (Padre José Lobato, Vigário Geral, Padre David Caldas, Ecónomo Diocesano e Padre Rui Rosmaninho, Pároco da Sé) e as crianças presentes depositaram flores diante da imagem de Nossa Senhora da Conceição.

JM

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08 de Dezembro de 2023