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Rever a iniciação cristã

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Cerca de 300 catequistas reflectiram, em conjunto, sobre os sacramentos da iniciação cristã e os desafios que se apresentam à catequese nos dias de hoje. Foi no encontro diocesano de catequistas que decorreu, no passado dia 30 de Janeiro, no Auditório do Centro Paroquial da Anunciada em Setúbal com a presença de D. Manuel Pelino, Bispo de Santarém.

 

 «Para uma iniciação cristã exigente e atractiva». Foi este o tema do dia diocesano organizado pelo Secretariado Diocesano da Catequese da Infância e da Adolescência (SDCIA) que congregou os catequistas em Setúbal. No período da manhã, D. Manuel Pelino, Bispo de Santarém, apresentou este tema e, baseando-se em várias intervenções do Papa Bento XVI, salientou a necessidade de rever os percursos de iniciação cristã já que muitas da crianças, adolescentes, jovens e adultos que recebem estes sacramentos «não parecem estar verdadeiramente iniciados na fé».  

Considerando que os dez anos do percurso catequético poucos frutos têm produzido e atendendo ao ambiente desfavorável que se vive hoje na sociedade em relação ao cristianismo, D. Manuel defende uma alteração na forma de «dar catequese». «Nos dias de hoje há uma ausência de Deus e de fé muito grande e gera-se um vazio na sociedade. È preciso que nas nossas catequeses proporcionemos oportunidades para o verdadeiro encontro com Cristo Ressuscitado», disse o Bispo.

 

Crise é oportunidade

 

D. Manuel Pelino referiu ainda que é necessária uma nova evangelização e que a crise actual surge como uma oportunidade para a Igreja anunciar Cristo ao mundo: «A crise económica que vivemos hoje foi causada por uma crise de valores, de humanismo, de sentido de vida e por isso as pessoas procuram agora uma luz e uma nova esperança. A Igreja tem que ter, mais do que nunca, palavras actuais e significativas para manter viva a memória de Deus. Mas esta mensagem de Cristo só será atractiva se tocar o coração das pessoas».

O Bispo de Santarém disse ainda que, apesar de a cultura actual não favorecer o anúncio de Deus, é preciso «fazer um caminho exigente e de combate às más inclinações» que permita, através do testemunho, mostrar ao mundo que Cristo é a verdadeira liberdade. Para isso, considerou D. Manuel Pelino, é necessário que a família e a comunidade paroquial sejam agentes activos na transmissão da fé.

Na parte da tarde, os catequistas foram divididos em seis grupos para reflectirem sobre a catequese e as suas várias dimensões, nomeadamente, a família, a comunidade, a Eucaristia, a formação, a oração e o ambiente cultural dos nossos dias. Estes trabalhos foram orientados pela Irmã Alda Rego, pela Dr.ª Isabel Rosendo e pelos Padres José Lobato, Vítor Gonçalves, Sílvio Couto e Carlos Rosmaninho.

 

Ir à procura

 

A terminar o encontro, D. Gilberto dos Reis, o Bispo diocesano que marcou presença junto dos catequistas ao longo de todo o dia, referiu que há um caminho e um trabalho a fazer para se conseguir levar Jesus aos Homens: «Este é um trabalho e um caminho que se vai realizando. Estamos sempre à procura mas a nossa catequese tem que ser toda ela oração, do princípio ao fim para que haja um encontro com o Senhor, para que as pessoas tenham vontade de rezar mesmo quando há um vazio cultural.

Salientando ainda que a Eucaristia deve ser a fonte e a meta de toda a acção catequética, D. Gilberto disse que não se pode dizer que o mundo mudou e não fazer nada: «diante da ruptura em que vivemos, onde não se encontra Deus e quando há hostilidade, temos que perceber como havemos de ajudar as crianças e os jovens. Temos que ir à procura e não ficar à espera».

O encontro terminou com a Eucaristia presidida pelo Bispo de Setúbal. No final, a Irmã Zélia Aires, responsável do SDCIA reforçou algumas das ideias que foram sendo faladas ao longo do dia e, agradecendo a presença de todos, lembrou: «Nós, catequistas, somos chamados a ser construtores de felicidade. Continuemos pois a ser alegres porque experimentámos o amor de Deus na nossa vida e a anunciar este Deus».

 

Anabela Sousa

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04 de Fevereiro de 2011