comprehensive-camels

Caminho de fé e alegria

fat

Ao chegar o mês de Maio, mês de Maria, milhares são os portugueses que põem os pés ao caminho para ir a Fátima e ali celebrar o 13 de Maio, data que marca a primeira aparição de Nossa Senhora aos pastorinhos. Este ano, a peregrinação internacional aniversária de Maio foi também marcada pela celebração de acção de graças pela beatificação de João Paulo II, apelidado por muitos como o «Papa de Fátima».

 

 

 

Vindos de todos os locais do país, com as mais diversas intenções e motivações, muitos são os peregrinos que, nas duas primeiras semanas de Maio, se cruzam nas estradas portuguesas com um único objectivo: chegar a pé à Cova da Iria, ao Santuário de Fátima. A diocese de Setúbal não foi excepção e muitos foram os grupos que se puseram ao caminho. Da Paróquia de Corroios, por exemplo, foram 16 os peregrinos que fizeram mais de 140 km em cinco dias de viagem.

No dia 8 de Maio, logo às 6h, já este grupo se reunia à porta da Igreja de Nossa Senhora da Graça, em Corroios. Antes de partir, a oração e a entrega da peregrinação a Maria não podia faltar. Fizemo-nos à estrada para seguir em direcção a Alverca, depois Azambuja, Santarém, Minde e, finalmente, Fátima.

 

Apoio aos peregrinos

 

Ao longo do caminho, o calor, o cansaço, as dores musculares, as bolhas nos pés e o desânimo por vezes sentido eram sempre vencidos com a oração do terço, com a Eucaristia diária, com o apoio entre peregrinos e com a boa disposição. A acompanhar os peregrinos a pé, uma equipa de apoio dedicada que, prevenida antecipadamente, cuidava de toda a logística necessária no que se refere à alimentação e aos cuidados de enfermagem.

Mas para além das equipas de apoio pertencentes aos grupos, muitos são os voluntários que se encontram ao longo da jornada a prestar auxílio aos peregrinos. A Cruz Vermelha Portuguesa, a Ordem de Malta e os Bombeiros locais são algumas das organizações que se podem encontrar. A título individual, muitos são também aqueles que à beira da estrada vão oferecendo garrafas de água a quem precisa.

 

Emoção sem palavras

 

Eis que chega, enfim, o quinto dia de peregrinação, 12 de Maio. Ao entrar no Santuário de Fátima cumprem-se as promessas e oferecem-se os sacrifícios. Não há dores que vençam a alegria de ter chegado, não há palavras que descrevam a graça concedida e cada peregrino se sente, de facto, ligado ao céu.

Ali, naquele momento, quem tinha dúvidas percebe, claramente, que peregrinar a pé não é apenas andar, passear, fazer uma caminhada ou concluir um determinado número de quilómetros definidos à partida. Peregrinar é muito mais do que isso. Peregrinar é ir ao encontro de Deus. Peregrinar a pé até Fátima é unir as dores do caminho, físicas ou espirituais, às dores da cruz, sentindo que ao longo do percurso Nossa Senhora nos vai levando no seu regaço para nos aproximar cada vez mais de Jesus Cristo.

Este ano, a peregrinação internacional aniversária de Maio ao Santuário de Fátima teve duas particularidades: a celebração de acção de graças pela beatificação do Papa João Paulo II e o início das comemorações do centenário das aparições de Nossa Senhora aos pastorinhos (1917 – 2017).

Em júbilo

 

Naturalmente, quem chega ao Santuário não fica sem os seus momentos individuais de oração na Capelinha das Aparições e sem participar nas celebrações programadas. A procissão das velas na noite do dia 12 de Maio e a Eucaristia do dia 13 com a procissão do Adeus são sempre os pontos mais altos.

Depois de o silêncio e a luz da procissão do dia 12 terem enchido o coração dos peregrinos, no dia 13 a alma transbordou de júbilo. Ao terminar a Missa, um pequeno filme projectado nos ecrãs espalhados pelo Santuário lembrou a ligação do Papa João Paulo II a Fátima. Ao longo da projecção do vídeo, muitos momentos são destacados com palmas.

Quando surgem as primeiras imagens, os milhares de peregrinos ali presentes olham para o céu e apercebem-se que uma auréola, com as cores do arco-íris, rodeia o sol. Da boca de muitos que ali estão sai a palavra «milagre». Outros ainda dizem que «mesmo que seja um fenómeno meteorológico pouco comum, não há coincidências» e que «Deus é muito grande». Ao olhar à volta, muitos peregrinos em atitude de louvor.

À saída da Eucaristia, aquilo que se viveu nos últimos dias ainda está em ebulição no coração de cada um. O regresso a casa, após o almoço, é um tempo de tranquilidade. Á chegada, fica no ar a pergunta a cada um: «E no próximo ano? Vens?».


Anabela Sousa

 

Partilhe nas redes sociais!
21 de Maio de 2011