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Páscoa 2022: Mensagem do Administrador Diocesano

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S. João Paulo II, ao iniciar o novo século e novo milénio, deixou-nos um apelo muito sugestivo para o tempo presente: “Sigamos em frente, com esperança! Diante da Igreja abre-se um novo milénio como um vasto oceano onde aventurar-se com a ajuda de Cristo” (Carta Apostólica Tertio millennio ineunte, 2001, nº 58).

Crises económicas, pandemia, guerra, com as dificuldades, os sofrimentos e as mortes que têm gerado, marcam já uma pequena parte do tal vasto oceano ainda há pouco iniciado.

E, no entanto, vamos celebrar a Páscoa, a Vida, o Amor, a Alegria!

Não podemos fazê-lo, no entanto, na superficialidade das emoções, nem na insensibilidade às dores e carências dos que, mais perto ou mais longe de nós, são nossos irmãos.

Celebraremos a Páscoa com Cristo morto, mas ressuscitado; vítima de atrocidades, mas obediente ao Amor misericordioso do Pai que a todos quer salvar; reduzido a um malfeitor crucificado, mas abraçando, na cruz, todos os maltratados; aparentemente derrotado, mas verdadeiramente vencedor. O único vencedor!

No início deste novo século, o nosso passo tem de fazer-se mais apressado para percorrer as estradas do mundo” (continuava S. João Paulo II).

Perante dificuldades e receios, facilmente caímos em desespero, ficamos paralisados, ou procuramos alternativas que nos façam esquecer o que se passa em volta. E também nós, cristãos, corremos o risco de celebrar as nossas solenidades litúrgicas, se não de costas voltadas para a realidade, pelo menos colocando esta, na sua expressão mais dolorosa, em “pausa”.

Possa Jesus ressuscitado, (…) encontrar-nos vigilantes e prontos para reconhecer o seu rosto e correr a levar aos nossos irmãos o grande anúncio: «Vimos o Senhor!» (Jo 20, 25)” (idem, 59).


Entre as realidades que envolvem e marcam a Páscoa de 2022, incluímos inevitavelmente a experiência de estarmos a viver na nossa Diocese a chamada “sede vacante”.

Trata-se de uma situação prevista no direito da Igreja e necessária em certas circunstâncias, mas não desejável sobretudo se for prolongada.

Apesar desta contrariedade, não deixámos de ser Igreja convocada, unida e reunida na comunhão com a Santíssima Trindade, alimentados com a Palavra e os Sacramentos e enviados em missão, ou seja, Igreja Pascal, isto é, comunidade de discípulos que veem e vivem Cristo e O mostram Vivo ao mundo.

Aguardando a chegada de um novo Bispo, não deixámos de estar em tempo sinodal, convocados pelo Santo Padre e pelo nosso anterior Bispo. Não esquecemos as grandes preocupações pastorais que vêm acalentando o nosso ser e o nosso agir de Igreja diocesana, particularmente os jovens e as próximas Jornadas Mundiais da Juventude, assim como a proteção às pessoas mais frágeis e vulneráveis, sem esquecer a pastoral social, a família, as vocações, etc.

Não esquecemos – como poderíamos esquecer? – a oração!

Além da Missa pela eleição do Bispo que o Missal Romano nos oferece, recorremos à edição de uma pagela com uma oração para rezarmos individualmente, em família, em reuniões e noutras circunstâncias. Há também uma prece para a Oração dos Fiéis para rezarmos em cada Missa, sobretudo aos Domingos.

Nestas e noutras orações, pretendemos confiar a Deus a escolha do nosso novo Bispo e, para nós, pedimos ao Espírito Santo os dons da esperança, da alegria e da disponibilidade para acolhermos filialmente o nosso novo Bispo e com ele continuarmos a trabalhar para a unidade e a missão desta Igreja que peregrina em terras de Setúbal.

Santa Páscoa para todos!

Padre José João Aires Lobato
Administrador Diocesano

 

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12 de Abril de 2022