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Vocações: Irmã Dina, originária de Paio Pires, fez a sua profissão solene no Carmelo de Coimbra

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A 16 de julho de 2022, dia em que a Diocese de Setúbal assinalava o 47.º aniversário da sua criação, na Solenidade da Virgem Santa Maria do Monte Carmelo, a Irmã Dina de Maria e de Jesus Eucaristia, originária da Paróquia de Paio Pires, fazia a sua profissão solene no Carmelo de Coimbra. Oito anos depois de abraçar a vida de carmelita descalça, a Irmã Dina deu, a Jesus, o seu “sim” para sempre, nesta congregação religiosa.

Leia, em seguida, o testemunho que envia à Diocese. Clique aqui, para ver ou rever a transmissão da celebração. 

Cantarei eternamente as misericórdias do Senhor!  (Sl 88)

A minha alma glorifica o Senhor (Lc 1,46) por todas e tantas maravilhas que tem feito em mim! No passado e abençoado dia 16 de Julho, pude dizer com a graça de Deus: “Eis-me aqui, Senhor, pois me chamaste.” Foi um culminar e, simultaneamente, é o continuar de uma história de salvação que o Senhor vai tecendo na minha vida, desde sempre e para sempre!

Sou da Paróquia de Paio Pires, Vigararia do Seixal. Fiz o meu percurso académico e catequético normal e estava envolvida em algumas atividades da Paróquia e da Diocese, como o movimento dos Convívios Fraternos, mas a vida religiosa não era uma opção que considerasse. Nunca desejei este caminho para a minha vida, bem pelo contrário, neguei e “fugi” muito a este chamamento – “ser freira não é para mim”, pensava, e mais tarde dizia ao Senhor: “pede-me tudo menos ser freira, e muito menos freira de clausura”! Costumo partilhar algo que me marcou muito e que expressa de forma simples a Providência amorosa e infinita do Pai: “fugi a 7 pés” do Carmelo, como se costuma dizer, e quando fui para a Suíça, onde vivia ultimamente, havia um Carmelo a 10 minutos de minha casa! Como Deus é bom!

Tinha muitos projetos pessoais e profissionais, tinha tudo e tudo de muito bom, mas faltava-me o TUDO. Foi crescendo um grande vazio dentro de mim, um vazio de quem tem tudo e, ao mesmo tempo, lhe falta sempre algo… uma ânsia de MAIS, um desejo de PLENITUDE. Finalmente, com a graça de Deus através das mediações que colocou no meu caminho, consegui dizer: “sim, Senhor, aceito.” Pedi e recebereis; procurai e encontrareis; batei e abrir-se-vos-á (Mt 7,7) – a Palavra de Deus é viva e eficaz (Hb 4,12) sempre, e assim o Senhor foi conduzindo os meus passos até chegar ao Carmelo de Santa Teresa, Coimbra, onde entrei no dia 13 de Outubro de 2014. Posso dizer que só aqui, no lugar que Deus pensou para mim desde toda a eternidade, encontrei a Paz e a Alegria verdadeiras!

Após o período de formação inicial, chegou o momento de dizer o meu “sim” definitivo. A Eucaristia presidida pelo senhor Bispo D. Virgílio Antunes, a presença do nosso Padre Provincial, do nosso capelão, de sacerdotes da nossa Diocese, de seminaristas de Coimbra, das Irmãs, dos familiares e amigos, encheu-me o coração de alegria, uma alegria transbordante enraizada na Alegria maior – ser de Deus.

Ao professar os conselhos evangélicos de castidade, pobreza e obediência por meio dos votos públicos e solenes, sou consagrada a Deus por meio da Igreja, entregando-me à Sua glória, à edificação do Corpo de Cristo e à salvação do mundo. Quando Santa Teresa de Jesus, juntamente com São João da Cruz, reformou o Carmelo, queria que a vida das suas filhas e irmãs fosse fundada na oração e imolação com a Igreja e pela Igreja – a oração, a consagração e todas as energias de uma Carmelita Descalça hão-de ser orientadas para a salvação das almas. Nesse sentido, quando o senhor Bispo, referindo-se à vocação carmelita, dizia na homilia que todos os dias, em todos os momentos, perpassando a totalidade das nossas vidas, nós permanecemos de pé, junto à Cruz, a interceder pela Igreja e pelo mundo, parecia-me ouvir o eco das palavras de Santa Teresa, outrora no século XVI, que são para hoje, aqui e agora.

Costumo dizer, a brincar e a sério, que agora sou de 2 Dioceses – de Setúbal e de Coimbra! A carmelita é de todas as Dioceses, de toda a Igreja, de toda a humanidade; mas claro que a nossa Diocese, que me viu nascer e crescer, ocupa sempre um lugar muito especial no meu coração e na minha oração, sendo que ultimamente me uno a vós pedindo particularmente ao Senhor que nos envie um Santo Pastor, segundo o Seu Coração.

Confio-me muito à oração de toda a comunidade eclesial para que, com Maria e como Maria, eu procure sempre fazer a Vontade do Senhor, sendo aquele sinal de esperança na Igreja e no mundo tão necessitados de esperança, como o senhor Bispo reforçava. Todos somos chamados a ser esse sinal, caminhando juntos, em Igreja, sob o olhar de Maria, nossa Mãe. Que cada um de nós, na missão que o Senhor lhe confia, possa clamar como Santa Teresinha: no coração da Igreja, minha Mãe, eu serei o Amor!

Vossa irmã,

Dina de Maria e de Jesus Eucaristia, ocd.

 

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28 de Julho de 2022