O Mistério revela uma Presença. É por isso que durante o ano litúrgico, ao celebrarmos o Mistério, lembramos de forma festiva duas expressões dessa Presença: em Maria, no cenário do Natal, e a na Cruz, no da Páscoa. Parece-me que, não despropositada nem arbitrariamente, terá sido essa a intenção de São João Paulo II, aquando da entrega destes símbolos peregrinos das JMJ aos jovens de todo o mundo.
Na verdade, é a Presença revelada pelo Mistério que a Igreja se propõe anunciar a todos os povos da terra, e é ao encontro dessa Presença que os jovens são convidados a ir, quando respondem ao convite do Santo Padre para uma JMJ.
Na verdade, os símbolos peregrinos propõem-se lançar as JMJ, anunciar essa possibilidade de encontro, mais do que publicitar um aglomerado festivo à maneira de um festival juvenil. Nessa medida, ao anunciar, proporcionam já um primeiro encontro com a Presença.
Terá sido isto o que aconteceu na vigararia da Caparica, da Diocese de Setúbal, entre os passados dias 22 e 26 de Novembro. Maria e a Cruz peregrinaram neste território, anunciando Jesus e a Verdade da Sua Presença. Levaram jovens a peregrinar consigo, e ministraram-lhes, e a outros, um encontro.
Desde o dia ritmado por chegadas e partidas na Estação de Comboios do Pragal, às Confissões e Missas em três Universidades, passando por escolas, lares e associações, e marcando noites de testemunhos, concertos e vigílias, a peregrinação dos símbolos da JMJ lançou um convite, anunciou uma Verdade e promoveu um encontro.
Que estes dias nos levem ao encontro da Verdade anunciada, e nos predisponham para um dom livre e libertador que esse encontro exige, como o foi o de Maria e o da Cruz.
Os símbolos seguem, mas a Presença permanece. Se Deus quiser.
Padre Afonso Pereira, assistente do Comité Organizado Vicarial da Caparica para a JMJ Lisboa 2023
“Não foram os símbolos que peregrinaram, fomos nós que peregrinámos com eles”
Cito esta frase partilhada por um padre, da vigararia, no último dia da presença dos símbolos, que resume o que de bonito se viveu nestas terras. Deus foi-se manifestando em cada encontro, em cada olhar e em cada toque. Os símbolos foram presença do Amor de Deus. Os jovens acompanharam estes símbolos, havendo um grupo muito fiel, que os foi acompanhando ao longo da semana.
Os Símbolos foram sinal de Deus na Estação de Comboio do Pragal, nos Barcos da Trafaria, nos Polos Universitários, Escolas e Colégios, Lares e Centros Paroquiais. Assim como Maria, correram apressadamente, acompanhados de jovens com esperança e alegria, para através deles levarem Jesus ao Mundo.
Foi-se sentindo que, a cada dia que passava, a presença destes símbolos ia convidando e desafiando os jovens à união. A cada dia, mais jovens e famílias se iam juntando à cruz e ao ícone.
Destaco o último dia da presença, sábado (26 de novembro de 2022).
Ao longo do dia, centenas de crianças, jovens e famílias, motivados e desafiados pelas catequeses paroquiais, tiveram uma hora de encontro com os Símbolos. Testemunhámos realmente a presença de Deus, em cada rosto de felicidade que fitava os olhos na Cruz, em Maria e Jesus.
As crianças e jovens que por lá passavam e cantavam o hino da JMJ com entusiasmo, com um o verdadeiro e sentido “uau” quando um catequista anunciava “O Papa Francisco vem a Portugal num encontro com mais de 1 milhão de jovens!”, sentia-se a verdadeira alegria do encontro com Ele!
O momento da noite, na vigília de despedida, foi verdadeiramente a resposta ao apelo do Papa Francisco, no Dia Mundial da Juventude, “(…) há necessidade de jovens verdadeiramente transgressores, inconformados, que não sejam escravos dos telemóveis, mas que mudem o mundo como Maria, levando Jesus aos outros, cuidando dos outros, construindo comunidades fraternas com os outros, realizando sonhos de paz”.
Muitos jovens da Caparica, juntaram-se nessa noite na Igreja de Vale Figueira, deixando os telemóveis para trás, sendo apenas naquele tempo, não escravos da tecnologia, mas escravos do amor de Deus.
“Com Maria ensaiamos um Sim, queremos servir, fazer a vontade do Pai”. Uma das frases do hino da JMJ Lisboa 2023, e que resume o que os símbolos provocaram nesta vigararia: por um lado, confirmaram o “sim”de tantos jovens que vieram ao encontro de Deus através deles, por outro, deixou este desafio da dimensão do serviço e da vontade de Deus a todos os jovens da Caparica.
Foram dias bonitos e cheios da bondade de Deus. Bendito seja Deus por todas as graças com que nos presentou ao longo da semana. Seguimos este caminho de missão, olhando para as nossas comunidades paroquiais, rezando uns pelos outros e com empenho na construção da comunhão fraterna.
Pedro Correia, responsável do Comité Organizado Vicarial da Caparica para a JMJ Lisboa 2023
“De braços abertos e a contar os dias, espero pela JMJ Lisboa 2023”
A peregrinação dos símbolos foi um momento único, capaz de convergir corações para o mesmo fim, Deus.
Existiram diversos momentos nos quais, em olhares, fui vendo um animo e inquietação daqueles que anseiam a JMJ Lisboa 2023, tal como uma criança espera pelo presente do menino Jesus, no dia de Natal.
Como não podia deixar de ser, entre momentos de oração e adoração existiram também momentos de choro e de riso que deixam marcas no coração e que no futuro serão lembrados com um sorriso na cara. Por mais que tente, palavras não são capazes de explicar esta vivencia tão especial.
Com o coração nas mãos, disse adeus aos símbolos, mas de braços abertos e a contar os dias, espero pela JMJ Lisboa 2023.
Clara Dias, Paróquia de Vila Nova da Caparica
