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Opinião: “Passo pela nossa cidade… Mas não descubro um único Presépio”

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Passeio pela nossa cidade, vejo mais uma vez as ruas, pracetas e as rotundas a ficarem iluminadas, com estrelas, balões, e inúmeras lâmpadas… inundando-nos de luz e esperança… Mas não  descubro um único Presépio nem qualquer alusão aos factos que estão na origem destas festividades de Natal, (!) silenciando-se, assim,  as personagens do simbolismo desse acontecimento e se omite qualquer referência ao sentido histórico do Natal! 

Há dias o Papa Francisco falando da simbologia do Presépio e da Árvore de Natal enaltecia o seu significado de “contemplação” e da importância “das raízes” na nossa existência.

No meu modesto entender, estamos  a branquear a história e a contribuir para um empobrecimento cultural num tempo em que escasseiam referências sólidas e se esvazia a vida de valores e de convivência fraterna.

Que pudor poderá existir  para que isto aconteça numa cidade rica pela tolerância, pluralidade cultural, religiosa ou outra e que se enriquece com a valorização das identidades culturais numa harmonia de respeito e apreciação mútua!?

Não é por vivermos numa República que deixámos de falar no Rei D. João lV no passado 1 de Dezembro e até gozámos o feriado!

Teria algum sentido comemorar o 25 de Abril não falando objetiva e historicamente deste acontecimento, ficando só por festas e desfiles?

É por poder haver pessoas que possam discordar da vida, pensamento e ação de certas personalidades que se vão retirar  os seus nomes de avenidas, praças, ruas ou tapar as  estátuas para não ferir susceptibilidades?

Isso não faria qualquer sentido!

O Natal tem um sentido identitariamente religioso e cristão para crentes ou não crentes e os dinheiros públicos não podem ser discriminatórios no seu uso nem os seus decisores o devem fazer e, neste caso, isso não acontece deliberadamente, disso estou absolutamente seguro e certo.

Por isso este  pequeno contributo pretende motivar um diálogo aberto, reflexão e debate de ideias em nome da cultura, da verdade histórica e da tolerância e do respeito por todos.

Padre Constantino Alves, pároco de Nossa Senhora da Conceição – Setúbal

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21 de Dezembro de 2022