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Setúbal: Diocese deu graças pelo serviço do Padre José Lobato como Administrador Diocesano de Setúbal

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A convite dos padres do Colégio de Consultores, a comunidade diocesana reuniu-se na tarde de 22 de outubro, no Seminário de São Paulo, em Almada, para uma Eucaristia de Ação de Graças pelo serviço do Padre José Lobato como Administrador Diocesano.

A celebração reuniu clero, amigos e colaboradores do sacerdote. “Com a vossa presença, de todos, as minhas palavras são insuficientes” referiu o Administrador Diocesano, que esta quinta-feira conclui a sua missão com a tomada de posse do Cardeal D. Américo Aguiar como IV Bispo de Setúbal.

“Pareceu-nos muito oportuno e muito justo que fosse organizada esta celebração de ação de graças para podermos exprimir a nossa gratidão ao Padre Lobato” explicou o Padre Fernando Paiva, na qualidade de membro mais antigo do Colégio de Consultores presente na celebração.

“A nossa gratidão pelo serviço, pelo “sim” do Padre José Lobato. Foi eleito pelo Colégio de Consultores para desempenhar esta missão e ele bem sabia o peso. Não sabia o tempo que ia demorar, muito mais do que esperávamos, mais de um ano e meio” observou.

“Chegou a dizer-nos que tinha boas razões para dizer “não” mas, como fez muitas vezes na sua vida sacerdotal, disse “sim” a este serviço que lhe foi pedido pela Igreja e que desempenhou com esta generosidade, com esta sabedoria, com esta paciência, com esta coragem que tanto admiramos. Padre José Lobato, o nosso muito, muito obrigado” acrescentou o Padre Fernando Paiva.

 

Amizade, sabedoria e coragem

Em ação de graças, amigos e colaboradores do Padre José Lobato partilharam o seu testemunho de vivência com o sacerdote.

Henrique Matos, de Almada, conhece o Padre Lobato há mais de 40 anos: “A primeira vez que tivemos juntos foi num Cursilho de Cristandade no início dos anos 80. Foi nesse cursilho, que pela primeira vez abri o meu coração a Deus.”

Guardo ainda hoje os ensinamentos que recebi do Padre Lobato, então diretor espiritual desse cursilho. Ilustrava de maneira prática com testemunhos da sua vida pessoal e sacerdotal, como só alguns, poucos, sabem e são capazes de o fazer”, acrescentou.

“Ao longo destes mais de 40 anos, eu e muitos outros, tivemos o privilégio de o ter como sacerdote e como amigo. Quero dizer em nome de muitos, leigos e leigas, que o conhecerem e que o conhecem, que consigo encontraram Cristo Ressuscitado, e n’Ele a luz, a alegria, o encontro, o tesouro da fé, a comunhão e o testemunho de Cristo Vivo. O senhor Padre Lobato continuou e continua a ser ponte de Deus e para Deus. Bem-haja, Senhor Padre Lobato, por tudo. Que o Senhor o conserve nesta Igreja de Setúbal, para a continuar a servir muitos mais anos.”

José Pedro, de Setúbal, pertence ao grupo de casais acompanhado pelo Padre Lobato. “Mais do que um padre, é um amigo, um confidente, um exemplo de fé, de sabedoria, de coragem, de humildade, de resiliência” elogia.

Lembrando a parábola do Evangelho de São Mateus, afirma que o Padre Lobato é “o bom pastor que não veio para ser servido mas para servir e para dar a vida pelas suas ovelhas”.

 

No âmbito da Cúria Diocesana, onde o sacerdote desempenha funções de moderador, Maria da Graça Pacheco, chanceler da Diocese de Setúbal, salientou a abnegação do Padre Lobato:

Silencioso e discreto, e não menos determinado, a todos dá uma palavra de ânimo, a todos respeita a personalidade, e a todos deixa uma mensagem para a vida, com a graça, a poesia e a sabedoria que o identificam”.

“Felizes somos todos, todos, todos, por este pastor que nos foi dado e que nos espelha tão bem Jesus, o Bom Pastor. Padre José Lobato, em nome da Cúria Diocesana de Setúbal, e todos os seus colaboradores, que aqui represento, muito obrigado.”

“Plantar a semana em qualquer que seja o terreno”

Na homilia, o Padre José Lobato referiu que o Senhor “toca o coração de todos, mesmo dos homens maus” como era o caso do rei Ciro a que se referia a primeira leitura.

“Deus ama a todos, todos. E é capaz de tocar o coração dos mais cruéis para fazer coisas boas. Todos devem ser objeto da nossa oração, especialmente aqueles que têm poderes”, observa.

“Isto faz-nos pensar se, neste tempo de guerra, temos pedido a Deus que tome o coração daqueles “senhores da guerra” e daqueles que têm influência na política internacional e nas conversações. Muitas vezes parecem inúteis, continua tudo na mesma, mas inúmeras vezes Deus ouviu a oração do seu povo”.

Sobre a segunda leitura, retirada da Carta de São Paulo aos tessalonicenses em que o apóstolo chama a atenção sobre alguns aspetos que não são bem vividos em comunidade, o sacerdote refere que toda a ação evangelizadora é comunitária, é essa a sua missão apostólica.

Ninguém é cristão isolado. A fé é a fé da Igreja. A comunidade proclamou a fé que tinha recebido. A fé não é um affair pessoal. É uma questão de comunidade.”

O presbítero acrescenta que a Igreja não se organiza segundo as lógicas humanas mas seguindo o modelo da relação de Jesus com os seus discípulos.

“A fraternidade entre os discípulos é dada pelo Filho de Deus. Nós não somos filhos de Deus pelo dinheiro ou atos meritórios, mas por Graça de Deus, pelo Espírito Santo.”

Por essa razão, a fé é para todos, todos, todos como referiu o Papa Francisco na Jornada Mundial da Juventude: “Não há ninguém de que quem eu possa sequer pensar, que não valha a pena. Plantar a semente em qualquer que seja o terreno.”

E lembra a Parábola do Semeador: “Que a semente é boa está garantido: é a Palavra de Deus. O terreno não presta a semente não crescerá. Agora se o semeador põe como condição de semear apenas nos locais onde ele pensa que vai dar fruto, ele anda a selecionar o chão onde vai semear. E se ele não semeia num sítio que ele pensa que não presta e prestar? E se a semente não der fruto? De quem é a culpa? A todos Deus quer tocar. Mesmo que seja um homem da guerra, um malfeitor. Deus quer conquistar pela misericórdia. Acreditar sempre na misericórdia de Deus para com todos.”

“Peçamos ao Senhor que olhe para nós, que não se esqueça de nós, das nossas fragilidades, dos nossos cansaços e dos nossos desânimos. Pedimos ao Senhor que nos purifique, que nos dê um coração mais ardente e amoroso, como o Seu”, concluiu.

“Continuo ao serviço da Igreja”

No final da celebração, o ainda Administrador Diocesano agradeceu a presença de todos e as palavras que lhe foram dirigidas.

“A gente sabe que é exagero mas gosta de ouvir. Significa a vossa grande amizade. É essa amizade, juntamente com o amor de Deus que me dá força e me sustenta. Os anos vão passando, ficam umas mazelas… Prestes a terminar esta função, continuo ao serviço da Igreja até que Deus queira e o meu bispo assim o considere útil. Conto sempre convosco” conclui.

O Padre José João Aires Lobato foi eleito Administrador Diocesano de Setúbal a 13 de março de 2022 a 25 de outubro de 2023, durante o período de Sede Vacante da Diocese sadina que se iniciou a 28 de janeiro de 2022, aquando da nomeação de D. José Ornelas como Bispo de Leiria-Fátima.

Consulte aqui a biografia do Padre José Lobato.

Fotogaleria da celebração

 

JM

Fotos: JM

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24 de Outubro de 2023