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Padre Sílvio Couto apresenta novo livro na data em que assinala 40 anos de ordenação presbiteral

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‘Chamados e enviados como testemunhas’. Este é o título do novo livro de António Sílvio Couto, que vai ser apresentado, na Moita, no dia 17 de julho, data em que comemora o quadragésimo aniversário de ordenação sacerdotal.

Num texto com mais de trezentas páginas e numa edição, novamente, com a chancela da Paulinas Editora, são aprofundadas ‘50 figuras dos Evangelhos e dos Atos dos Apóstolos’ (subtítulo do livro).

José Carlos Carvalho – biblista e professor na Faculdade de Teologia – Porto da Universidade Católica Portuguesa – escreve no prefácio: «António Sílvio Couto oferece-nos nesta obra uma leitura de 50 figuras dos Evangelhos e dos Atos dos Apóstolos, na condição de ‘Chamados e enviados como testemunhas’, assim aparece no título. Divide o seu texto em cinco partes, escolhendo cerca de dez personagens em cada uma delas: A) Nos ‘Evangelhos da infância’; B) De discípulos a apóstolos; C) Encontros e simbologias; D) Contexto da paixão-morte; E) Dinâmica pós-Pentecostes (nos Atos dos Apóstolos).
Dialogando com o magistério dos Papas Bento XVI e Francisco, e com a tradição da Igreja, somos levados ao encontro de meia centena de figuras da primeira parte canónica do Novo Testamento. Num esforço de actualização, o autor ajuda-nos a conhecer melhor estas personagens para que nós, leitores ouvintes, nos espelhemos diante destas figuras que construíram a história da salvação, e com as quais os evangelistas pretendem continuar a construir connosco essa mesma história. O autor respeita essa intenção, e fá-lo servindo-se da clássica leitura dos textos bíblicos segundo a teoria dos sentidos».

De referir que a ilustração da capa apresenta uma foto – um barco típico do Tejo – de uma autora com sensibilidade marítima e em alusão às Jornadas Mundiais da Juventude, que decorrerão dentro de dias em Lisboa.

Qual o significado das três palavras contidas neste título?

Chamados
Todos foram chamados pela benevolência de Jesus para terem com Ele um encontro pessoal, pois foi isso que fez a diferença com aquelas figuras que apresentamos. Mas esse processo continua hoje com cada um de nós: também cada um de nós é chamado, pelo seu nome, por Jesus para esse encontro inolvidável, esse que muda a vida para sempre. De facto, o chamamento – vocação – a ser cristão é algo que continua em diálogo aberto entre Deus e cada pessoa, dado que a via desse diálogo foi aberta por Jesus e exprime-se da forma mais simples, embora silenciosa: a escuta é a condição mínima para que este diálogo possa acontecer…

E enviados
A comunicação do encontro com Jesus a outros é algo que emerge desde a primeira hora, mesmo ainda na sua vida pública: quantas vezes Jesus dava ordem para que nada fosse dito – sobre uma cura ou um exorcismo – e o beneficiado não podia conter a força desse encontro, anunciando-o a outros. Isso mesmo decorre depois do encontro com Maria Madalena ou dos discípulos de Emaús, nas revelações do Ressuscitado. A força do envio marca todo processo do cristianismo, desde a evangelização até à catequese. É significativo que a eucaristia termina com a expressão –‘ite, missa est’: ide, sois enviados – na caraterização de irmos da missa para a missão… em contínua atualização.

Como testemunhas
A raiz grega de ‘testemunho’ é ‘martiria’, o que faz de cada cristão chamado e enviado a ser uma testemunha de Jesus ressuscitado, mesmo até à dádiva pelo sangue. Nas belas palavras da epístola de São Pedro – «sempre dispostos a dar a razão da vossa esperança a todo aquele que vo-la peça» (1 Pd 3,15). Com efeito, temos uma tarefa neste mundo e em cada tempo: tornarmos Jesus presente pelo testemunho, na linha de que nos dizia Paulo VI (1975): «Nós sabemos bem que o homem moderno, saturado de discursos, se demonstra muitas vezes cansado de ouvir e, pior ainda, como que imunizado contra a palavra. Conhecemos também as opiniões de numerosos psicólogos e sociólogos, que afirmam ter o homem moderno ultrapassado já a civilização da palavra, que se tornou praticamente ineficaz e inútil, e estar a viver, hoje em dia, na civilização da imagem» (Evangelii nuntiandi, n.º 42). Explicar o que vivemos é o essencial…

ASC

 

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15 de Julho de 2023