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Papa criou D. Américo Aguiar como cardeal: «Tem Setúbal no coração» – As palavras do Papa Francisco ao cardeal D. Américo Aguiar

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Notícia transcrita da Agência Ecclesia / Fotos de Ricardo Perna e Arlindo Homem

D. Américo Aguiar disse hoje, após receber o barrete e o anel cardinalício das mãos do Papa Francisco, que este lhe pediu para ter “Setúbal no coração”.

“Em razão da minha igreja titular, de Santo António de Pádua na Via Merulana, disse umas piadas, de Lisboa ou de Pádua, e falou de Setúbal: «Tem Setúbal no seu coração», que é particularmente bonito e inspirador”, confidenciou o novo cardeal português aos jornalistas após a cerimónia do consistório.

O Papa Francisco entregou hoje, pelas 10h39 (menos uma em Lisboa) o anel e o barrete cardinalícios ao bispo português D. Américo Aguiar, numa cerimónia que decorreu na Praça de São Pedro.

D. Américo Aguiar foi criado cardeal-presbítero, recebendo o título de Santo António de Pádua na Via Merulana (Sancti Antonii Patavini de Urbe), em Roma, igreja de que foram titulares, entre 1973 e 1998, o cardeal-patriarca de Lisboa, D. António Ribeiro, e de 2001 a 2022 o cardeal brasileiro D. Claudio Hummes, uma figura muito próxima do Papa Francisco.

“Para mim é significativo que esta igreja tenha sido titular do cardeal António Ribeiro e também do cardeal Hummes, o culpado do nome Francisco, «não te esqueças dos pobres». Tudo são sinais, recados e provocações que coloco no coração”, indicou.

Durante esse encontro e aproximação, D. Américo Aguiar afirma reagir com o Papa Francisco como sempre costuma fazer: “Sempre que nos encontramos, eu tenho este gesto de simpatia e carinho, de avó e de neto, de pai e filho, de sucessor de Pedro e de colaborar próximo. Sempre o fiz porque sim, não sei fazer de outra maneira”, reconhece.

Durante a cerimónia do consistório, cada um dos novos cardeais ajoelhou-se para receber o barrete cardinalício, de acordo com a ordem de criação.

“Quando estava a subir aquela rampa lembrei-me daquele dia, da vigília, que o Papa sozinho no contexto da pandemia e do confinamento, (rezou na praça de São Pedro sozinho), senti partilhar o peso, dessa caminhada. Depois, «In manus tuas», a partir do momento em que nos entregamos nas mãos de Deus, e assim, aconteceu”, explicou.

D. Américo Aguiar quis ainda valorizar as palavras do Papa Francisco que pediu aos novos cardeais para serem uma “orquestra sinfónica e sinodal”.

“Um homem do norte adapta-se a qualquer instrumento e agora vamos dar música”, disse aos jornalistas.

Sobre a fórmula dita em latim durante a cerimónia de criação de cardeal, D. Américo Aguiar referiu que a língua liga à tradição mas aponta para a diversidade que a Igreja hoje é.

“A diversidade de línguas do Pentecostes leva-nos à Igreja de hoje, não pode ter a tentação de ser um museu e devemos em cada tempo estar próximos e sensíveis, com os métodos e expressões em cada tempo, saber estar, falar e comunicar com cada um na sua língua, cultura”, finalizou.

D. Américo Aguiar, novo bispo de Setúbal, tornou-se, assim, o sétimo cardeal português do século XXI e quarto a ser criado no atual pontificado.

O responsável junta-se a D. José Saraiva Martins, D. Manuel Monteiro de Castro, D. Manuel Clemente, D. António Marto e D. José Tolentino Mendonça no Colégio Cardinalício; D. José Policarpo, falecido em 2014, foi criado cardeal em 2011.

A nomeação cardinalícia do presidente da Fundação JMJ Lisboa 2023 foi anunciada a 9 de julho; a 21 de setembro, o Papa nomeou o então auxiliar de Lisboa como novo bispo de Setúbal.

Consistório 2023: Papa criou D. Américo Aguiar como cardeal

Notícia transcrita da Agência Ecclesia

O Papa Francisco entregou hoje, pelas 10h39 (menos uma em Lisboa) o anel e o barrete cardinalícios ao bispo português D. Américo Aguiar, numa cerimónia que decorreu na Praça de São Pedro.

A celebração, presidida pelo pontífice, começou com uma saudação de D. Robert Francis Prevost, prefeito do Dicastério para os Bispos, em nome dos novos cardeais, antes da oração proferida por Francisco, a leitura de uma passagem dos Atos dos Apóstolos e a homilia.

Após esta intervenção, o Papa leu a fórmula de criação e proclamou em latim os nomes dos cardeais, para os unir com “um vínculo mais estreito” à sua missão; seguiu-se a profissão de fé e o juramento dos novos cardeais, de fidelidade e obediência ao Papa e seus sucessores.

Cada um dos novos cardeais ajoelhou-se para receber o barrete cardinalício, de acordo com a ordem de criação: D. Américo Aguiar foi o 17.º dos 20 prelados presentes.

Francisco entregou ainda um anel aos cardeais para que se “reforce o amor pela Igreja”, seguindo-se a atribuição a cada cardeal uma igreja de Roma – que simboliza a “participação na solicitude pastoral do Papa” na cidade -, bem como a entrega da bula de criação cardinalícia, momento selado por um abraço de paz.

Devido à sua idade (96 anos), o cardeal Luis Pascual Dri, confessor no Santuário de Nossa Senhora de Pompeia, Buenos Aires (Argentina), vai receber o anel e o barrete cardinalícios pelas mãos de um enviado do Papa, em data a anunciar.

D. Américo Aguiar foi criado cardeal-presbítero, recebendo o título de Santo António de Pádua na Via Merulana (Sancti Antonii Patavini de Urbe), em Roma, igreja de que foram titulares, entre 1973 e 1998, o cardeal-patriarca de Lisboa, D. António Ribeiro, e de 2001 a 2022 o cardeal brasileiro D. Claudio Hummes, uma figura muito próxima do Papa Francisco.

Cada cardeal é inserido na respetiva ordem (episcopal, presbiteral ou diaconal), uma tradição que remonta aos tempos das primeiras comunidades cristãs de Roma, em que os cardeais eram bispos das igrejas criadas à volta da cidade (suburbicárias) ou representavam os párocos e os diáconos das igrejas locais.

D. Américo Aguiar, novo bispo de Setúbal, tornou-se, assim, o sétimo cardeal português do século XXI e quarto a ser criado no atual pontificado.

O responsável junta-se a D. José Saraiva Martins, D. Manuel Monteiro de Castro, D. Manuel Clemente, D. António Marto e D. José Tolentino Mendonça no Colégio Cardinalício; D. José Policarpo, falecido em 2014, foi criado cardeal em 2011.

A nomeação cardinalícia do presidente da Fundação JMJ Lisboa 2023 foi anunciada a 9 de julho; a 21 de setembro, o Papa nomeou o então auxiliar de Lisboa como novo bispo de Setúbal.

Natural da Diocese do Porto, D. Américo Aguiar nasceu a 12 de dezembro de 1973 e foi ordenado sacerdote em 2001; desde 2016, é presidente das empresas do Grupo Renascença Multimédia, tendo sido nomeado bispo auxiliar de Lisboa pelo Papa Francisco, a 1 de março de 2019.

O presidente da fundação responsável pela organização da JMJ Lisboa 2023 foi ordenado bispo no Porto a 31 de março de 2019, numa cerimónia que decorreu na Igreja da Trindade, sob a presidência do então cardeal-patriarca de Lisboa, D. Manuel Clemente.

D. Américo Aguiar tem como lema episcopal as últimas palavras de Jesus na cruz, ‘In manus tuas’ (Nas tuas mãos), em homenagem a D. António Francisco dos Santos, falecido bispo do Porto, que o adotou também.

Portugal conta, ao longo da história da Igreja Católica, com 47 cardeais, a começar pelo chamado Mestre Gil, escolhido pelo Papa Urbano IV (1195- 1264).

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30 de Setembro de 2023