O livro ‘A Jornada’, com o olhar do fotógrafo Rui Ochoa dos eventos da Jornada Mundial da Juventude Lisboa (JMJ) 2023 e a visita do Papa a Portugal, foi apresentado esta segunda-feira na livraria Buchholz, na capital portuguesa.
Este é um “diário em imagens de uma Jornada única em Portugal e para o Mundo”, escreveu o presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, no prefácio da obra, e nasceu de um convite da editora Leya, que desafiou o fotógrafo oficial do presidente da República a documentar a JMJ num livro.
“Foram cinco dias de plenas emoções e de calor humano que iam sendo, à medida que iam decorrendo, enriquecidos com imagens fotográficas inéditas”, afirmou Rui Ochoa.
Para o bispo de Setúbal, D. Américo Aguiar, responsável pela apresentação do livro, é importante que a Jornada se mantenha “sempre viva”.
“O Papa pede-nos que nãos transformemos isto num arquivo, não é esse o objetivo, mas que de vez em quando, quando estamos desanimados ou quebradiços, possamos passar estas páginas e reavivar em nós o espírito daquilo que vivemos durante aquela mágica semana”, realçou.
Já para a editora Marta Ramires, do Grupo Leya, “o livro ‘A Jornada’ poderá ser visto como uma pequena cápsula no tempo composta por fotografias únicas que constitui um contributo para a fixação da memória de um evento tão agregador e revelador da vivacidade da fé católica e que tem simultaneamente a propensão de se constituir num veículo de uma mensagem de esperança para ser passada de mão em mão para chegar a todos”, como pediu o Papa Francisco.
De todos os momentos que Rui Ochoa registou, há um que guarda de forma especial na memória: “Sinto-me sempre muito reconfortado em Fátima e, desta vez, para além da presença do Papa, também há uma imagem que me fica que está no livro, que é a do Papa a cumprimentar pessoas que tinham deficiências físicas e via-se na cara do Papa que estava muito emocionado”.
O autor elege esta fotografia como “a mais profunda” e destaca ainda o acolhimento do Papa Francisco no Parque Eduardo VII como outro dos grandes momentos.
Depois de já ter realizado a cobertura da visita de três Papas a Portugal, o autor revela que acompanhar a JMJ Lisboa 2023 marcou-o “bastante” pelo facto de ser católico, mas também pelo “melhor conhecimento presencial do Papa Francisco” que “irradia luz”.
Das mensagens deixadas por Francisco em Lisboa, Rui ressalta a frase “o único momento em que é lícito olhar alguém de cima para baixo é para o ajudar a levantar”, que o Papa proferiu na vigília com os jovens.
“Andei dias e dias a dizer isso”, recorda.
“A partir do momento que uma pessoa está no chão fica indefesa, fica mais frágil e, portanto, a nossa obrigação é levantá-la”, defendeu o fotógrafo.
Na apresentação do livro, a editora Marta Ramires, do Grupo Leya, informou que dentro do “espírito de entrega” da Jornada foi decidido que todos os direitos de autor resultantes da venda desta obra serão doados às associações Acreditar e Kastelo, que apoiam crianças com cancro e que necessitam de cuidados paliativos.
Na apresentação do livro esteve também presente a porta-voz da Jornada Mundial da Juventude Lisboa 2023, Rosa Pedroso Lima, que considera que este é um dos vários contributos que tem a “certeza de que vão existir para manter viva a memória daquele que foi um acontecimento extraordinário para a Igreja Portuguesa, para Portugal e para o mundo”.
“É uma enorme responsabilidade para a Igreja e para a Igreja portuguesa conseguir manter viva esta chama e saber aproveitar aquilo que foi esta magnífica demonstração de força, de energia, de capacidade criativa dos jovens católicos portugueses e isso é um legado para o futuro muito muito promissor”, referiu.
Fotos: Agência Ecclesia