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“JMJ tem sido alavanca e pulmão do diálogo dos Papas com os jovens”

D. Américo Aguiar, conferência S. João Paulo II

O bispo de Setúbal, cardeal D. Américo Aguiar, deu início esta tarde de sábado, dia 6, ao ciclo de conferências organizado pelo Santuário do Cristo-Rei por ocasião dos 10 anos sobre a canonização de João Paulo II, com uma conferência subordinada ao tema “Para os jovens: as JMJ”.

Falando para a plateia, D. Américo Aguiar elogiou a figura de S. João Paulo II que se “transfigurava perante os jovens”. “Foi um Papa que marcou gerações, com 30 anos de presença permanente, para o bem e para o mal, junto de nós, pelo que marcou profundamente toda a gente”.

Recordando a importância de S. João Paulo II na fundação do que são hoje as Jornadas Mundiais da Juventude (JMJ), D. Américo Aguiar recordou o rumor, que muitos apontam como verdadeiro, de que a inspiração para este evento terá vindo precisamente num encontro com jovens no Parque Eduardo VII, em Lisboa, aquando da sua visita em 1982.

Depois, em 1984, o início do movimento que teve a sua última edição em Lisboa, no ano passado. “A JMJ tem sido alavanca e pulmão do que tem sido o diálogo dos Papas com os jovens, assim como um choque elétrico para despertar a Pastoral Juvenil, as estruturas diocesanas, nos países onde acontece e em toda a Igreja”, referiu o prelado, que serviu a Igreja como presidente da Fundação JMJ Lisboa 2023 e foi o principal responsável pelo evento desde a primeira hora.

D. Américo Aguiar contou que o Papa Francisco lhe fez desde bem cedo o pedido expresso de “fazer chegar o convite a todos os jovens do mundo”. “Os Papas nunca convidaram os jovens católicos, convidaram sempre os jovens, ponto. De Jornada para Jornada temos tido jovens de outras confissões religiosas, atraídos pela figura do Papa de cada tempo, a participar”, reforçou.

A JMJ foi a prova de que “quando convidamos os jovens eles vêm, mas nem todos vêm pelo mesmo caminho ou com as mesmas motivações”. “Se formos capazes de, neste encontro, deixar lá uma semente que os leve a pensar, refletir, a um dia, numa curva da vida, se questionarem, esse é o fruto mais bonito e mais importante de qualquer JMJ”, disse.

O antigo presidente da Fundação JMJ Lisboa recordou os muitos frutos da JMJ, reforçados pelos testemunhos que se ouviram depois da sua intervenção, da parte de quem estava a assistir à conferência. “As Jornadas vieram do coração de Deus, foram habitar o coração do Papa João Paulo II, e quem vive a Jornada está no coração de Jesus”, refletiu.

Parte do legado de S. João Paulo II é também esta necessidade de repensar a forma como a mensagem da Igreja chega não apenas aos jovens, mas a todas as pessoas. “A Cristandade acabou. O Cristo é o mesmo, o Evangelho é o mesmo, mas o ardor nos métodos e expressões, a Nova Evangelização, é diferente. E temos de ser capazes de, em cada tempo, corresponder”, defendeu o bispo de Setúbal.

E acrescentou que “o que eu acho que está certo para os jovens, está errado, porque estou a partir da minha experiência de pessoa de 50 anos, não da deles”. “Devemos acima de tudo ao nosso querido Papa JP II esta sensibilidade do que o Espírito diz à Igreja. Por vezes o Espírito sopra e nós não ouvimos, mas felizmente temos sempre algum irmão ou irmã que ouve e tem a coragem de o pôr em prática. João Paulo II teve a capacidade de ouvir e de pôr em prática”, concluiu.

 

O ciclo de conferências continua nas próximas semanas com o seguinte programa:

13 de Abril, 15h30: “Para os simples: o Papa e Fátima” apresentado pela Irª Ângela Coelho, de Fátima.

20 de Abril, 15h30: “Para os casais: as catequeses sobre o corpo” com Sofia e Pedro Azadinho.

27 de Abril, 15h30: “Para os Portugueses: as viagens a Portugal” por Aura Miguel.

 

 

Texto e fotos: Ricardo Perna

 

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06 de Abril de 2024