Crónica semanal de Rui Pinto Gonçalves, Chefe Regional de Setúbal do CNE
Faleceu uma Chefe de Agrupamento da Região de Lisboa que há anos combatia um cancro.
Quem relatou a morte contava que o que era extraordinário naquela mulher era que não só nunca se queixava, como aproveitava os intervalos dos tratamentos – violentos por sinal – para ir fazer actividades, nomeadamente acampamentos.
O interessante do exemplo é a comparação com as nossas desculpas, com os nossos problemas quando temos um compromisso seja uma actividade escutista ou outro compromisso.
Tantas vezes que nos queixamos da vida, dos compromissos e daquelas que chamamos “impossibilidades absolutas” por “motivo de força maior”.
O que dizer quando se olha para aquele motivo e se compara com os nossos? Rapidamente os nossos inalteráveis compromissos, as nossas inacreditáveis barreiras caem perante exemplos como estes.
O exemplo da falecida Chefe é aliás comparável ao exemplo dos muitos outros escuteiros que só se locomovem com ajuda, ou que estão mesmo presos a cadeiras de rodas e ainda assim comparecem, dizem “Presente” chutando o “im” e agarrando-se ao “possível” ao contrário de muitos de nós que temos coisas sempre tão importantes a limitarem-nos.
A grandeza de um dirigente constata-se quando mesmo depois da sua morte o seu exemplo fica, de forma perene e inesquecível, junto de cada um de nós que automaticamente nos tornamos “educandos”.
O que nos é pedido é simples, é apenas esquecer o “motivo” e agarrarmo-nos àquela extraordinária Força Maior que tantos nos mostram no dia-a-dia.
Rezamos por ti Chefe.
Rui Pinto Gonçalves
Chefe Regional