comprehensive-camels

Olhar para quem está perto

Past.Saúde_1

No passado Domingo, dia 13 de Fevereiro, dois dias depois do Dia Mundial do Doente, a Pastoral da Saúde da diocese de Setúbal realizou o seu terceiro encontro. No auditório da Cúria Diocesana, os responsáveis paroquiais reuniram-se para reflectir sobre a solidão e o voluntariado. Os oradores da tarde foram Eugénio Fonseca, Presidente da Cáritas, e Manuel Lucena, Presidente da Associação Coração Amarelo.

 

«Vivemos em pleno século XXI onde sabemos tudo, onde a comunicação é rápida, onde se dá muita importância à economia e à política mas não sabemos, humanamente, aquilo que se passa com a pessoa que está ao nosso lado. Na época do iPad, do iPod e dos computadores, muitas vezes, não sabemos o que o nosso vizinho do lado sofre». As palavras são de Manuel Lucena, Presidente da Associação Coração Amarelo, que no último encontro diocesano da Pastoral da Saúde ajudou os presentes a reflectir sobre a temática da solidão.

Dando a conhecer a acção da associação a que preside e que pode servir de exemplo para outras instituições da diocese, Manuel Lucena referiu que a mesma surgiu para combater a solidão e tem como principal função visitar as pessoas que estão em casa sozinhas: «Estamos presentes junto daqueles que estão sós, daqueles que não têm voz. E muitas vezes os que estão sós não são só doentes ou pobres. Há muitos sós de quem a sociedade se esqueceu e que vão morrendo a pouco e pouco».

Apesar de existirem voluntários que dão do seu tempo para estar com as pessoas mais isoladas da sociedade, Manuel Lucena considera que «ainda há muita gente indiferente» e que é necessário sensibilizar as pessoas a olhar para quem têm ao seu lado já que «o combate à solidão é uma obrigação social».

 

Voluntariado cristão

 

Um dos outros oradores que ajudou à reflexão no encontro diocesano da Pastoral da Saúde foi Eugénio Fonseca, Presidente da Cáritas. Descrevendo alguns dos desafios que se colocam ao voluntariado na sociedade actual tais como a qualificação das organizações e a formação que é necessária para um voluntariado exigente, Eugénio Fonseca salientou que o voluntariado cristão deve primar por uma acção transformadora e de conversão.

«O voluntariado cristão fundamenta-se na essência do Cristianismo que é a Caridade. Não visitamos doentes porque somos altruístas mas porque fazemos caridade enraizados no amor de Deus», disse o dirigente da Cáritas.

Eugénio Fonseca referiu ainda que «o voluntariado no mundo actual é um sinal de esperança» mas que se torna cada vez mais necessário que as instituições façam «um esforço de organização e de trabalho em rede» porque, na opinião do Presidente da Cáritas, só assim será possível existir um sentido mais comunitário e uma maior capacidade.

A tarde de reflexão terminou com uma partilha dos presentes relativamente às dificuldades sentidas no trabalho que têm desenvolvido nas suas paróquias.  

 
Anabela Sousa

 

Partilhe nas redes sociais!
14 de Fevereiro de 2011