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Padre Cruz: «É verdadeiramente um santo que está vivo na alma e no coração do povo» – vice-postulador da causa de canonização

O vice-postulador da causa de canonização do Padre Cruz (1859-1948), jesuíta Dário Pedroso, disse em entrevista à Agência Ecclesia que o sacerdote manteve, desde a sua morte, fama de santidade, que continua viva entre a população.

“É verdadeiramente um santo que está vivo na alma e no coração do povo”, sustenta o religioso.

O responsável admite que muitos pensavam que essa memória estivesse “arrefecida e esquecida”, mas tal não aconteceu porque em Portugal a figura e o exemplo de vida do Padre Cruz está “muito vivo”.

O processo que visa o reconhecimento da santidade de Francisco Rodrigues da Cruz, sj (Padre Cruz) conheceu avanços nos últimos anos; no próximo dia 17, pelas 15h00, o cardeal-patriarca de Lisboa, D. Manuel Clemente, vai presidir na igreja de São Vicente de Fora à sessão de clausura do processo diocesano supletivo para a causa de beatificação.

O processo teve início a 10 de março de 1951 e a fase diocesana decorreu até 18 setembro de 1965; mais tarde, “sendo necessário completar aquele processo com os elementos requeridos pelas novas normas para a instrução dos processos de canonização”, foi nomeado um novo Tribunal, em setembro de 2009.

O padre Dário Pedroso destaca a “ação pastoral intensa” do sacerdote, sepultado no cemitério de Benfica (Lisboa), onde ao longo dos anos têm acorrido pessoas de norte a sul do país, com “autocarros de peregrinos”, para assinalar a sua data de nascimento (29 de julho) e a data da morte (1 de outubro).

O vice-postulador leu a documentação relativa ao Padre Cruz – “sobretudo em postais que ele escrevia à irmã que vivia em Alcochete” – na qual fazia referência às localidades onde estava, em atividade pastoral.

“Acho que não houve concelho em Portugal onde não fosse pregar”, salienta o padre Dário Pedroso.

O religioso evoca o Padre Cruz como um sacerdote com um sentido pastoral “muito à frente do seu tempo”, ao encontro do que pede hoje o Papa Francisco, porque se sentia “bem no meio dos pobres, doentes e marginais” e estava “integrado nas periferias”.

“Os presos eram o seu encanto”, acrescentou.

Sendo um sacerdote muito conhecido a nível nacional, “era comum ele colocar as pessoas a rezarem o terço numa viagem de comboio de Lisboa ao Porto”, relata o responsável.

A linguagem do padre Cruz tocava “o coração das pessoas” e mesmo os “pouco praticantes tinham por ele uma grande estima”, acrescenta o padre Dário Pedroso.

Para o vice-postulador da causa de canonização do Padre Cruz, o sacerdote “respirava santidade”.

©Agência Ecclesia

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15 de Dezembro de 2020