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“A Rádio Maria é um projeto bonito de evangelização” – Entrevista ao Padre Marco Luís

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Em entrevista ao Jornal “Voz da Verdade”, o sacerdote explica a génese e o propósito da Rádio Maria, que terá a evangelização como prioridade. A programação da estação tem como pilares fundamentais a oração, a formação humana e espiritual e o voluntariado.

A Rádio Maria chegou a Portugal. As emissões tiveram início no dia 13 de maio, com emissão em Lisboa, Porto e, através da Internet, para o resto do país.

O Padre Marco Luís, sacerdote da Diocese de Setúbal e atualmente pároco em Almada, é o Diretor Editorial do novo órgão de comunicação social de matriz católica.

Citando o Padre Livio Fanzaga, co-fundador do projeto, “Onde há uma alma para salvar, a Rádio Maria deve estar aí”: é esta a premissa que o novo diretor editorial aponta como missão do projeto radiofónico.

“A Rádio Maria tem um nome que, por si, diz muito. Se calhar, diz tudo! A rádio da Virgem Maria, a rádio de Nossa Senhora… e no estar de Nossa Senhora neste serviço à Igreja, neste amor e na comunhão da Igreja, na fidelidade à doutrina, aos nossos pastores, no desejo de evangelização” afirma.

“Esta grelha irá sendo preenchida e estamos a trabalhar para que, logo que possível, tenhamos os programas de ordem espiritual, de promoção humana, apresentando uma grelha muito enriquecedora” explicou o Padre Marco Luís.

A estação não tem publicidade, tem uma forte componente de voluntariado e não está ligada nem depende de nenhum movimento da Igreja. “Está ao serviço de todas as dioceses”, completa o sacerdote.

A Radio Maria Portugal é o mais recente elemento da Família Mundial da Rádio Maria, presente em mais de 80 países em todo o mundo, chegando a mais de 500 milhões de ouvintes em 65 línguas diferentes.

A emissão da Rádio Maria Portugal está disponível em FM, nas frequências 102.2 em Lisboa, 100.8 no Porto e em radiomaria.pt. Pode também acompanhar a rádio através do Facebook: www.facebook.com/radiomariaportugal

JM

 

Entrevista ao Jornal “Voz da Verdade”

No dia 13 de maio, a Rádio Maria iniciou as emissões em Portugal. Neste Dia Mundial das Comunicações Sociais (16 de maio), damos a conhecer a rádio que tem como pilares a oração, a formação espiritual e humana e o voluntariado. “A Rádio Maria é um projeto bonito de evangelização”, salienta, em entrevista ao Jornal VOZ DA VERDADE, o diretor editorial, padre Marco Luís.

 

Voz da Verdade (VV): Rádio Maria: que rádio é esta que chega agora a Portugal, mas que já tem uma longa história em mais de 80 países do mundo?

Padre Marco Luís (ML): A Rádio Maria surgiu em 1987, no norte de Itália. Era uma rádio paroquial, na cidade de Erba, Diocese de Milão, e através de Emanuel Ferrario, o fundador que faleceu há cerca de um ano, com 90 anos, a rádio vai para outros países, porque se percebeu que este conceito de uma rádio que transmitia a vida de oração da paróquia, em que se dava formação, em que as pessoas podiam ligar, colocar perguntas, rezar em conjunto, era um grande instrumento de evangelização. Passados cinco anos, já estávamos em África e fomos crescendo ao ponto de, atualmente, estarmos em 82 países. A Europa é onde tem mais representação, mas faltava chegar a Portugal. Este é o momento da Rádio Maria, agora, no nosso país.

 

VV: Quais os pilares da Rádio Maria?

ML: A Rádio Maria tem basicamente o pilar da oração. A beleza da Rádio Maria é a beleza da Igreja, é colocar a beleza da Igreja na sua dimensão orante. Por isso, temos a transmissão diária da Eucaristia, da Liturgia das Horas, do Rosário completo e de outros terços e devoções, levando as pessoas a rezar. Depois, a dimensão da formação: formação espiritual nas mais diversas áreas, mas também a formação humana, o que chamamos promoção humana, da Medicina, do Direito, da Gestão… É o concreto da vida das pessoas, a proximidade com as pessoas não só na oração, mas no concreto das suas vidas. E finalmente a força do voluntariado: como diz o padre Livio Fanzaga – que é o cofundador e o atual diretor da Rádio Maria Itália e o diretor internacional –, o milagre da Rádio Maria é o milagre do voluntariado. A Rádio Maria é uma rádio popular, não tem publicidade, pelo que somos sustentados pelos ouvintes, a vários níveis, não só financeiramente, mas no seu voluntariado. Temos voluntários condutores de programas leigos, sacerdotes e até bispos, em muitos países. Ao mesmo tempo, temos os estúdios móveis, que nós chamamos ‘Gabriel’ e que permitem a transmissão de atos litúrgicos, e que serão manuseados também por voluntários.

Estamos a nascer em Portugal, não temos os 22 anos de Espanha – que nos está a ajudar muito e é muito próxima neste projeto –, e temos que ter a humildade de Nossa Senhora, não só no arranque, mas sempre. As atitudes da Rádio Maria hão de ser as de Nossa Senhora, na sua humildade, no seu amor. Onde há uma alma para salvar, a Rádio Maria deve estar aí – palavra de Emanuel Ferrario, nosso fundador. Nesse sentido, são milhões e milhões de ouvintes no mundo inteiro e agora, em Portugal, com o que isso significa de bonito e de exigente, mas sempre com a preocupação de cada alma.

 

VV: Referiu que o objetivo da Rádio Maria é mostrar a beleza da Igreja. Tiveram algum apoio institucional e das dioceses?

ML: A Rádio Maria não tem publicidade e não está ligada nem depende de nenhum movimento da Igreja. Está ao serviço de todas as dioceses. Nesse sentido, claro que o assunto foi sendo falado no momento e nas instâncias próprias; os nossos bispos sabem da chegada da Rádio Maria e alguns até acompanham mais de perto. Estamos cá, neste serviço à Igreja de Portugal.

Tal como acontece em diversos países, vamos ter um programa diário chamado ‘Revista Diocesana’, em que se noticia o que se faz, ou o que vai acontecer, nas dioceses. Isto vai ser feito com os correspondentes diocesanos – a não ser que não seja possível e, aí, nós produzimos esses conteúdos. Vamos ter também ‘A voz dos Bispos’, um programa com entrevistas ou com a leitura de uma carta pastoral, para que os bispos tenham lugar na Rádio Maria. A comunhão vê-se no dia a dia, na vida da Igreja, com as transmissões que fazemos, com a diversidade dos intervenientes de vários lugares.

 

VV: Além desses dois programas, qual vai ser a grelha de programação da Rádio Maria?

ML: Vamos começar com uma grelha humanamente e tecnicamente possível. A grelha foi aprovada pela Entidade Reguladora para a Comunicação Social e está planeada, estudada e aprovada também pelo gabinete editorial internacional. Esta grelha vai demorar algum tempo a ser constituída, mas, para já, começamos com a oração da manhã, depois o ‘Bom dia na Rádio Maria’, as Laudes, a transmissão da Missa, muita música católica, que é a marca – e deixe-me dizer a alegria que me dá perceber que há tanta música católica que vai ser ouvida e apreciada. Para nós, não é uma questão de quotas que se colocam sobre a música portuguesa, porque se não houvesse essa lei seria uma opção que tem que ver com a força do lugar, da inculturação. Depois, a Hora Intermédia, o Terço, diretamente da Capelinha das Aparições, em Fátima, todos os dias ao meio-dia, com o protocolo que já temos com o Santuário de Fátima, com grande entusiasmo e acolhimento, até porque, no panorama internacional, Portugal é um pouco sinónimo de Fátima. Depois, temos a ‘Revista Diocesana’ e o ‘Informativo Rádio Maria’ – temos três informativos, de manhã, à hora de almoço e à noite, e será um informativo à luz da fé, de ordem internacional, nacional, de Igreja e também regional, porque a Rádio Maria Lisboa (Palmela) e a Rádio Maria Porto (Maia) têm essa implicação de dar notícias da própria região. E falaremos também do mais relevante do desporto e da meteorologia. Depois do almoço, haverá o ‘Terço da Divina Misericórdia’ e o programa ‘Entre Amigos’, em que os ouvintes podem ligar e ter um momento de partilha de uma intenção, onde se vão dando as notícias que nos chegam de quem quer divulgar acontecimentos eclesiais. Teremos ainda as Vésperas e o Terço, em que as pessoas ligam e podem rezar connosco um mistério. Às 20 horas, haverá a ‘Mensagem de Fátima’, o noticiário é às 22 horas, seguido das Completas e a oração ‘Boa noite, Senhor’.

Esta grelha irá sendo preenchida e estamos a trabalhar para que, logo que possível, tenhamos os programas de ordem espiritual, de promoção humana, apresentando uma grelha muito enriquecedora. As linhas editoriais falam sempre da fundação de uma rádio em 18 meses. Eu diria que nós, em Portugal, arrancamos com um patamar muito alto. Mas essa alegria é uma responsabilidade, porque em Portugal, com FM Lisboa e Porto, coloca-nos uma responsabilidade muito grande.

 

VV: Os momentos de oração e as Eucaristias diárias vão ser transmitidas a partir de diferentes locais?

ML: Sim, as Eucaristias começaram logo com essa diversidade. A Liturgia das Horas, no início, seremos nós que estaremos a rezar e futuramente serão transmitidas de comunidades paroquiais e religiosas. Somos uma família orante, rezamos com as pessoas e expressamos essa beleza da oração.

 

VV: A Rádio Maria utiliza, neste momento, as instalações da antiga Rádio Sim, havendo uma transição do próprio sinal e um apoio em termos de equipamento e condições logísticas. Quando, e onde, poderão ter estúdios próprios?

ML: Já temos as nossas sedes escolhidas, quer em Lisboa (Carnaxide), quer em Fátima, os projetos de intervenção também já estão elaborados com Itália, mas claro que fazer sede com os nossos estúdios, com capela, com toda a logística, requer tempo e alguns meses. Não tenho medo de falar de datas, e não sei se o milagre do 13 de maio de início da rádio tem correspondência com o 13 de outubro com os nossos estúdios. Devemos sonhar! Até lá, estamos enquadrados, temos o sinal FM que era da Rádio Sim, com a aquisição, por parte da Rádio Maria Portugal, ao Grupo Renascença, e aprovação da Conferência Episcopal Portuguesa.

 

VV: Que mensagem gostaria de deixar aos cristãos e de que forma podem ajudar a Rádio Maria?

ML: A Rádio Maria tem um nome que, por si, diz muito. Se calhar, diz tudo! A rádio da Virgem Maria, a rádio de Nossa Senhora… e no estar de Nossa Senhora neste serviço à Igreja, neste amor e na comunhão da Igreja, na fidelidade à doutrina, aos nossos pastores, no desejo de evangelização. A Igreja existe para evangelizar e a Rádio Maria é este projeto bonito de evangelização. Olhar para a Rádio Maria há mais de 30 anos e 80 países, e ver este milagre que é, não deixa de nos implicar, a cada um de nós, de acolher a Rádio Maria e de a apoiar de muitas formas, com a oração, os sacrifícios, a partilha. Diria que é uma grande alegria, porque Portugal é conhecido como terra de Maria. Quando vemos o mapa da Rádio Maria na Europa, só faltava preencher o cantinho, Portugal, por isso ficamos muito felizes, até porque era um desejo do nosso fundador e de toda a família mundial, há muitos anos.

 

VV: É significativo que a Rádio Maria Portugal tenha iniciado as emissões a 13 de maio…

ML: Não é por acaso que a Rádio Maria inicia a emissão com o terço de Fátima, mundial, com todas as Rádios Maria a rezarem em conjunto. Eu diria que é um milagre, é um milagre de Maria a sua rádio em qualquer lugar, em especial em Portugal. Mas é muito bonito, é fantástico, é uma grande aventura, com a sua exigência. Nossa Senhora bendiz a Deus, tem uma atitude de serviço e nós não poderemos ter outra atitude, na Rádio Maria.

Jornal Voz da Verdade

 

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19 de Maio de 2021