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Opus Dei/Setúbal: Prelatura promoveu conferência na Paróquia de São Paulo alusiva aos 75 anos de presença em Portugal

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A Opus Dei, prelatura pessoal da Igreja Católica, promoveu no dia 17 de junho a conferência “75 anos de Caminho”, no âmbito dos 75 anos do trabalho do Opus Dei em Portugal.

A oradora, Drª Marta Lince Faria, é uma antiga paroquiana da Paróquia de São Paulo, em Setúbal. Licenciada em Economia pela Universidade Católica de Lisboa e em Teologia e Filosofia pela Universidade de Santa Cruz (em Roma), trabalha na AESE Business School e como assessora do Vigário Regional do Opus Dei em Portugal para as questões económicas.

Na sua apresentação, referiu que Portugal foi o primeiro país fora de Espanha onde o Opus Dei iniciou o trabalho apostólico e que foi por sugestão da Irmã Lúcia que o Padre Josemaria Escrivá de Balaguer, fundador da instituição, fez a sua primeira viagem a Portugal, visitando Coimbra e Fátima.

Marta Lince Faria explicou na sua alocução que a atividade principal do Opus Dei consiste em dar aos seus membros, e às pessoas que o desejarem, os meios espirituais necessários para viverem como bons cristãos no meio do mundo. Ao mesmo tempo, alguns fiéis do Opus Dei, juntamente com cooperadores e amigos, também promovem em Portugal atividades de caráter civil, cuja orientação cristã confiaram à Prelatura, tais como: Clubes Juvenis, Residências Universitárias, Atividades de Solidariedade, Projetos Educativos (colégios, casas escolas agrícolas e outras profissionais), iniciativas para as Famílias (orientação familiar, férias diferentes e outras ações de apoio), Casas de Retiros e Convívios e uma Escola de Negócios.

No final da apresentação, foram levantadas algumas questões, prontamente esclarecidas por Marta Lince Faria. Na despedida, o Padre Luís Ferreira, Pároco de S Paulo e Vigário Episcopal Pastoral da Diocese, reconheceu a preocupação com a formação cristã dos fiéis, em particular através da catequese de adultos.

Algumas questões respondidas pela Dr.ª Marta Lince Faria

A existência de “movimentos” dentro da Igreja pode conduzir a “capelinhas” (grupos de pessoas que se sentem “à parte”) e/ou a “fundamentalismos”?

MLF: A Igreja é constituída por pessoas com limitações próprias da condição humana, sendo por isso natural que se manifestem, por vezes, algumas imperfeições nas diferentes formas de viver e manifestar a fé.  No entanto, aquilo que se ganha participando regularmente de catequeses para adultos, ou retiros espirituais é um dom tão grande que abdicar desta formação com medo de poder ficar com mente de “capelinha” não é razoável. A caridade cristã é o remédio para tudo. A caridade de Cristo é muito exigente e não permite uma visão de “capelinhas”, que necessariamente acolhe a todos de modo incondicional. 

O Opus Dei é geralmente acusado de “conservadorismo”?

MLF: Olhar para a Igreja como um conjunto de partidos com tendências socioculturais é extremamente empobrecedor. Para um cristão, a Igreja é sacramento universal da salvação, isto é, onde estiver a Igreja de Cristo aí estarão os meios que necessitamos para nos identificarmos com Cristo. Enquanto a Igreja for acusada de conservadorismo, o Opus Dei quer receber as mesmas acusações que a Igreja, porque o Opus Dei é uma pequena parte da Igreja: não há distinção entre os dois. Aquilo que refere pode ter uma explicação histórica. Depois do Concílio Vaticano II, a Igreja passou por um período muito conturbado pois algumas pessoas puseram em causa aspetos fundamentais da nossa fé. Nesse momento, S. Josemaria apercebeu-se do tsunami que se iria sentir na Igreja e pôs-se entre o tsunami e os fiéis do Opus Dei para os proteger. Foram anos em que fez uma série de viagens pelo mundo e reuniões públicas, chamadas catequeses, em que recordava verdades fundamentais do cristianismo. Por exemplo, que a confissão é um sacramento maravilhoso, manifestação da misericórdia de Deus ou que o cuidado delicado de Jesus na Eucaristia é prova real de amor a Deus. O facto de não se ter abandonado a prática da confissão frequente não foi uma manifestação de conservadorismo mas de fé. 

Qual a resposta do Opus Dei para os casados?

MLF: A resposta é igual para todos (casados ou não): a boa doutrina através de uma formação constante que ajude a tratar e encontrar a Cristo na nossa vida. Como explicar que, sendo as pessoas cada vez mais instruídas (muitas delas com formação universitária), se contentem com a “4ª classe” da sua fé (catequese, 1ª comunhão e crisma)? Como é que se pode ter confiança em Deus se não se O conhecer bem?

JMR, Opus Dei

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22 de Junho de 2021