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Juventude/Saúde Mental: “Um olhar de Jesus que se faz próximo”

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Artigo de reflexão da jovem Tatiana Jesus, da Paróquia do Divino Espírito Santo (Montijo), mestre em Psicologia da Educação, para o Dia Mundial da Saúde Mental que se assinala este domingo, 10 de outubro.

Escrever sobre Saúde Mental é importante e cada vez mais necessário. Não só pelos tempos que vivemos, mas essencialmente pelo peso que tem nas nossas vidas e que tantas vezes não é tratada da melhor forma.

Fazendo uma abordagem mais específica, na faixa etária juvenil e no que respeita aos efeitos mais notórios da pandemia na Saúde Mental, o facto da primeira ter alterado por completo o que os jovens tinham como rotinas (desde as várias atividades diárias às interações sociais) fez com que muitos sentimentos negativos proliferassem nas suas vidas, tais como incerteza, perda de controlo, ansiedade, tristeza, raiva, etc…

Fruto dos incontáveis isolamentos pelos quais os jovens passaram, muitas foram as evidências de agravamentos ao nível dos comportamentos disruptivos como também a alteração de comportamentos resultantes do uso excessivo de jogos online e de redes sociais e ainda as alterações dos padrões de sono.

Ainda que estejamos a habituar-nos a uma vida longe da pandemia, dentro ou fora dela, é importante promover o bem-estar psicológico e proteger os jovens de experiências adversas e/ou fatores de risco que possam afetar. Dados da Ordem dos Psicólogos Português (OPP) demonstram que “um em cada cinco portugueses tem um problema de Saúde Psicológica. Por isso, é muito provável que nós, um dos nossos amigos, colegas ou familiares venham a experienciar um problema de Saúde Psicológica.”

Num estudo publicado esta semana pela UNICEF, Portugal surge em segundo lugar (19.8%), numa lista de 33 países analisados, na estimativa da prevalência de perturbação mental em rapazes e raparigas entre os 10 e os 19 anos. O mesmo estudo aponta ainda números verdadeiramente assustadores: “Há dois anos, quando o vírus da SARS-CoV-2 apareceu pela primeira vez no Mundo, nove milhões de adolescentes viviam com um distúrbio mental na Europa. Cerca de 55% eram relativos a ansiedade e a depressão“. Para além de serem números bastante alarmantes, são números que correspondem a pessoas, jovens como nós.

A pergunta que se impõe é: Como podemos ajudar? A meu ver, muito simples. Comecemos pelo mais básico: falar abertamente sobre os problemas de Saúde Mental e encorajar os nossos amigos e familiares a fazê-lo. É o primeiro passo e o mais importante. A partir daí, tudo o resto se torna mais fácil. Termos uma atitude positiva pode ser fundamental para apoiar um jovem com problemas de Saúde Psicológica.

É importante deixar claro que a saúde mental ou, neste caso, a falta dela não define quem somos ou o que podemos fazer. Viver com um distúrbio mental não define a nossa vida nem é a nossa história. É apenas parte dela.

E tu? Estás atento a quem está à tua volta? Os jovens da tua paróquia reconhecem em ti este olhar de Jesus que se faz próximo e que está atento às necessidades dos teus irmãos? Estás sempre a tempo de intervir na vida de alguém e, quem sabe, mudar o decurso da sua vida. Já pensaste nisto?

Termino com a partilha de uma plataforma bastante necessária e útil: https://eusinto.me/

Tatiana Jesus, Paróquia do Divino Espírito Santo – Montijo

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08 de Outubro de 2021