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Clero/Proteção de Menores: “Por uma cultura de proteção e bom trato de crianças e jovens”

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A Proteção de Menores e Pessoas Vulneráveis foi o tema da sessão de formação dirigida ao clero da Diocese de Setúbal, que se realizou esta quarta-feira, 9 de fevereiro, no Seminário de Almada.

O encontro, previsto no programa de formação permanente do Clero para o ano pastoral 2021-2022, foi dinamizado pelos responsáveis do Projecto CUIDAR, da Faculdade de Ciências Humanas da Universidade Católica Portuguesa.

Na ocasião, o Administrador Diocesano D. José Ornelas salientou que este tema “merece a nossa atenção” não só por estar na ordem do dia, mas também pela dupla responsabilidade que a Igreja assume de cuidado com os mais vulneráveis da sociedade e de defesa da justiça:

É um cruzamento de responsabilidades que nós temos dentro da Igreja: a defesa da justiça e a dimensão do cuidado. É importante, sem esconder, com verdade, promover uma busca de justiça para todos os intervenientes, em diálogo com as autoridades”.

O prelado pede que as comunidades e instituições da Igreja adotem mecanismos de prevenção e proteção, contrariando uma atitude “de acharmos que nada acontece”.

“Temos de nos afirmar como uma Igreja que cuida e que se esforça”, concluiu.

 

“Comunidade gera cuidado”

O painel de formadores foi constituído por Rodrigo Queiroz e Melo, coordenador do CUIDAR, Ana Sofia Marques, coordenadora executiva, António Theriaga e Padre Luís Marinho, da equipa de consultores do projeto.

Os intervenientes abordaram a matéria da proteção de menores e pessoas vulneráveis, fazendo um contexto histórico e um enquadramento teológico e espiritual das dimensões de proteção e cuidado com o próximo.

Para a equipa, o “próprio Evangelho coloca as pessoas no centro da ação” o que reforça esta proteção e cuidado como uma responsabilidade pastoral de toda a Igreja. “Comunidade gera cuidado na comunidade”, salientaram.

Foram apresentados aos sacerdotes dados que permitem fazer um retrato real da dimensão dos abusos de menores em todo o mundo, em todas as realidades. Salientou-se o facto que uma vítima demora em média 40 anos a falar sobre a situação, e estima-se que cerca de 90% dos casos ficam por denunciar.

“Criar condições para falar é algo que compete a cada um de nós” defenderam, apresentando algumas estratégias, como a criação de um mapa de riscos, um código de conduta para as instituições e definição de procedimentos de atuação, tudo com o objetivo de criar “sistemas internos de proteção equilibrados e capazes de dar resposta às situações”.

O Projeto Cuidar é um projeto de investigação e extensão universitária promovido pelo Centro de Estudos da Faculdade de Ciências Humanas da Universidade Católica Portuguesa que tem como objetivo apoiar as organizações católicas que trabalham com crianças e jovens no desenvolvimento de uma cultura de bom trato usando abordagens centradas na criança e no seu bem cuidar. Conheça melhor o projeto aqui.

 

JM

 

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11 de Fevereiro de 2022