Assinalando a celebração do Dia Mundial do Doente a Comissão Diocesana da Pastoral da Saúde inicia um ciclo de formação online aberta às pessoas que nas paróquias e nos hospitais quiserem participar, ou já participem, nas atividades inseridas na Pastoral da Saúde.
Esta formação pretende ser um contributo, e um desafio, para a concretização da caridade cristã junto dos mais frágeis, pois como nos diz o Papa Francisco, é essencial que sejamos “testemunhas da caridade de Deus, que a exemplo de Jesus, misericórdia do Pai, derramem sobre as feridas dos enfermos o óleo da consolação e o vinho da esperança” (Papa Francisco, Mensagem para o XXX Dia Mundial do Doente).
Com a pandemia COVID 19 aprendemos muitas coisas, sobre a nossa própria fragilidade, sobre como é importante cuidarmos uns dos outros, como é bom ter alguém que se lembra de nós, como é tão benéfico termos acesso a cuidados de saúde ou a vacinas. A consciência de que ter saúde é um privilégio tornou-se “aguda”. Depois destes dois anos de pandemia é tempo de sarar as “feridas” que entretanto resultaram da solidão, do isolamento, da carência afetiva e muitas vezes económica.
Importa que o nosso olhar seja de compaixão como o do Samaritano, desprendido de preconceitos, que nos tire do nosso conforto e nos leve ao encontro dos que estão caídos. Trata-se de, com atitudes de solicitude e inclusão, ir contra a “cultura do descarte” (Papa Francisco, Mensagem para o XXX Dia Mundial do Doente), e dar um lugar de destaque, porque amoroso, aos doentes, aos mais velhos e os mais desprotegidos nos “primeiros bancos” das nossas igrejas.
A constituição, ou revitalização, de grupos paroquiais e/ou de voluntários das capelanias hospitalares da Pastoral da Saúde na nossa Diocese, é fundamental para assegurar um acompanhamento de proximidade a todos os que em situação de doença , dependência, solidão ou isolamento, precisam da nossa ternura, do nosso cuidado, ou apenas da nossa presença, na certeza de que este “ministério da consolação é tarefa de todo o batizado” (Papa Francisco, Mensagem para o XXX Dia Mundial do Doente). Enquanto cristãos sabemos que não atender à dimensão espiritual do ser humano é uma forma de discriminação, pois o convite feito por Cristo ao exercício deste ministério da consolação está bem claro no Evangelho: “estive doente e foste visitar-me” (Mt 25,26).
Tornarmo-nos próximos implica também pensar as questões da saúde de forma mais abrangente. Pensarmos a saúde como um recurso para toda a vida, um bem a preservar. Não se trata apenas de chegar aos doentes, mas apostar na formação dos que cuidam, no apoio aos cuidadores informais e família, na educação das crianças e jovens para estilos de vida mais saudáveis.
A Pastoral da Saúde abrange um vasto campo de ação que em cada paróquia pode ser dinamizado recorrendo aos profissionais de saúde da comunidade e aos membros dos grupos já existentes. Deverá procurar-se inovar no que fazemos e trazer para esta causa novos agentes, trabalhando em parceria com as instituições de saúde e sociais da área da paróquia , apostando num trabalho em rede que traz ganhos significativos para aqueles a quem nos propomos apoiar.
Madre Teresa de Saldanha, fundadora da Congregação das Dominicanas de Santa Catarina de Sena (Portugal, século XIX) que se tem destacado na educação e na prestação de cuidados de enfermagem às crianças mais pobres, questionava “Pode o olhar ficar indiferente aos crucificados da História que ninguém vê nem chora?”, e recomendava “Faz tudo o que estiver ao teu alcance para aliviar os pobres e infelizes. Visita as prisões, assiste os doentes nos hospitais, isso são grandes obras de caridade”. Que o exemplo de Madre Teresa de Saldanha nos ajude na concretização do bem na área da Pastoral da Saúde.
A Comissão Diocesana da Pastoral da Saúde
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