A diocese de Setúbal e a entrada de D. Américo Aguiar estiveram em destaque no programa da RTP 2 “70×7” de domingo, dia 29.
Eugénio Fonseca, diocesano de Setúbal, espera que a proximidade do novo bispo de Setúbal, D. Américo Aguiar, com o Papa se revele no modelo de renovação que Francisco tem vindo a demonstrar querer fazer na Igreja.
“Nós queremos que o novo bispo contribua para a construção de uma Igreja diocesana em permanente sinodalidade, como agora se diz. Melhor, que faça com que todos caminhemos juntos, lado a lado. Lado a lado, sem haver aqui diferenciações de estatutos, mas todos sabendo que temos uma missão comum com tarefas diferentes”, desejou o diocesano.
Já o padre Constantino Alves, pároco da Igreja Nossa Senhora da Conceição, em Setúbal, tem a ambição de que o cardeal D. Américo Aguiar não fique indiferente à pobreza, que seja a voz dos mais desfavorecidos e que tenha “um espírito de quem quer conhecer”.
“Que quer conhecer, escutando. Que quer conhecer, tentando ouvir as pessoas, percebendo o que é que elas pensam, o que é que elas têm feito, as suas necessidades e toda a realidade, quer das comunidades cristãs, quer igualmente do mundo”, realçou o sacerdote.
Para Eugénio Fonseca um dos grande desafios do novo bispo, que tomou posse esta quinta-feira, vai ser “criar uma maior união”, tendo em conta que todos têm “direito à diferença”, mas que isso não seja “motivo de desunião”.
“Gostávamos de ver uma Igreja diocesana mais unida na adversidade e é isso que pedimos ao bispo”, salientou.
O diocesano de Setúbal tem também outra vontade para o futuro da diocese, que D. Américo tem vindo a realçar ao longo do tempo: “Uma Igreja aberta para todos e num diálogo inter-religioso constante”.
“Que a Igreja se abra a todos, que não faça aceção de ninguém, que haja um acolhimento por parte das nossas paróquias e que as nossas paróquias respondam às necessidades concretas das pessoas e não as alinhe segundo critérios moralistas que muitas vezes têm afastado as pessoas por não responder efetivamente àquilo que são os seus anseios, as suas esperanças, as suas angústias”, acrescentou.
O presidente da Cáritas Diocesana de Setúbal, Paulo Valente da Cruz assumiu ver a entrada de D. Américo Aguiar na diocese sadina com a convicção de que o apoio aos mais desfavorecidos esteja presente nos horizontes do novo bispo.
O responsável da instituição de ação social da Igreja católica acredita que parte do trabalho do novo bispo diocesano, que toma hoje posse, vai passar por estimular a sensibilidade social da comunidade cristã.
“Espero sim que D. Américo venha e tenho quase a certeza que o fará, venha alertar para esse aspeto. Nós não devemos passar ao lado das pessoas fragilizadas, nós devemos apoiar as pessoas fragilizadas”, destacou, assinalando que este é também um dos alertas do Papa Francisco.
Sobre o apoio que a instituição presta à população, Paulo Valente da Cruz desabafa sobre as situações que se apresentam no dia-a-dia, nomeadamente a “subida exponencial” das rendas.
Também o presidente da Câmara Municipal de Setúbal, André Martins, conta com D. Américo Aguiar para melhorar o futuro da região.
“Todos em conjunto poderemos dar um contributo maior para que possamos viver melhor aqui em Setúbal e até de sermos um exemplo para outras situações e outras regiões que precisem também de exemplos para viver melhor, sermos mais humanos e, portanto, acreditarmos mais no futuro”, referiu.
Questionado sobre se o facto de Setúbal ter agora um bispo que também é cardeal representa um fator de distinção para a região, o autarca acredita que “é muito importante” ter uma referência nacional e internacional que “mobiliza outras pessoas”.
“Hoje em dia também é preciso nós acreditarmos que somos capazes, que temos esperança e que somos capazes de criar dinâmicas para ultrapassar as dificuldades maiores que os nossos tempos nos obrigam a enfrentar”, destacou.
D. Américo Aguiar foi nomeado bispo de Setúbal, pelo Papa Francisco, a 21 de setembro.
O presidente da Fundação responsável pela organização da Jornada Mundial da Juventude Lisboa 2023 foi elevado a cardeal a 30 de setembro, na Praça de São Pedro, no Vaticano, e tornou-se assim no sétimo cardeal português do século XXI e quarto a ser criado no atual pontificado.
O prelado tomou posse como IV Bispo de Setúbal no passado dia 26 de outubro, na catedral sadina.
D. Américo Aguiar: “Não trago programas. Trago a mim próprio e o coração totalmente disponível”