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Liberdade Religiosa/D. Américo Aguiar: “Sejamos apóstolos da paz em nossa casa”

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A Fundação AIS (Ajuda à Igreja que Sofre) iniciou a “Red Week” (“Semana Vermelha”, em português) no Santuário de Cristo Rei com a apresentação do Relatório 2023 – Liberdade Religiosa no Mundo.

Foi no sábado, 18 de novembro, com a apresentação do Relatório sobre a Liberdade Religiosa no Mundo [RLRM] no Pavilhão do Rosário, no Santuário de Cristo Rei, que se iniciou em Portugal esta iniciativa internacional da Fundação Ajuda à Igreja que Sofre, com o intuito de “combater a indiferença” e chamar a atenção da opinião pública para a perseguição dos cristãos. O monumento de Cristo Rei esteve iluminado com a vermelha, que simboliza o sangue dos mártires, cristãos perseguidos.

Presente na apresentação do relatório esteve o Cardeal D. Américo Aguiar, que acolheu os presentes:

Que Cristo Rei de braços abertos possa significar uma chamada de atenção, uma provocação àqueles que porventura estão muito comodamente no sofá, e às vezes esquecendo-se do que acontece no mundo inteiro.”

 

O Bispo de Setúbal agradeceu a escolha da Diocese de Setúbal para apresentação do relatório e destacou o trabalho “essencial” que a fundação pontifícia desenvolve ao informar sobre estas problemáticas e no apoio às comunidades cristãs vítimas de violência.

“Não podemos estar sossegadinhos, com a proteção de Nossa Senhora e do Cristo Rei, sabendo que lá longe há homens e mulheres e crianças a morrerem, a fugirem da guerra, a serem perseguidas, a serem desrespeitadas”, provocou D. Américo Aguiar.

“Infelizmente, não há falta de exemplos, de dolorosos exemplos seja de guerras, seja de perseguição religiosa, seja de tantas outras coisas em que não se respeita a dignidade da pessoa humana”, acrescentou, lançando a questão: “Perante esta realidade, que fazer?”.

D. Américo Aguiar pediu oração e solidariedade, apelando a que façamos a paz “à nossa volta”:

Não podemos resolver o problema das guerras, mas podemos resolver o problema da guerra em nossa casa, com os nossos vizinhos, com os nossos amigos e colegas, e portanto sermos arautos, sermos agentes, sermos pastores, sermos apóstolos da paz. Naquilo que depende de mim, naquilo que depende de nós.”

“Não podemos ignorar esta realidade”

A apresentação do documento coube ao jornalista da Fundação AIS, Paulo Aido, e à diretora do secretariado português da organização, Catarina Martins de Bettencourt.

Paulo Aido apresentou várias notícias de perseguição e violação de liberdade religiosa no mundo, sintetizando que todas têm algo em comum: não foram notícia em nenhum meio de comunicação em Portugal.

“O mundo inquieta-se com as guerras mas os ataques por razões religiosas continuam praticamente a ser ignorados. Vemos a sociedade mobilizada, e bem, pelos direitos dos animais, pela defesa dos direitos das mulheres, do ambiente, dos direitos das minorias étnicas, mas os ataques contra comunidades religiosas continuam a ser encarados com profunda indiferença.”

“É para combater esta indiferença que nós estamos aqui. Para gritar ao mundo a dor destas vítimas, para denunciar esta violência, para mobilizar pessoas, para mudar esta realidade”, finalizou.

 

Catarina Martins de Bettencourt destacou, por diversas vezes na sua intervenção, a importância da sensibilização das pessoas, da própria sociedade para esta temática, até pela dimensão do sofrimento que as estatísticas da perseguição religiosa revelam.

“Cerca de 67 por cento da população mundial, ou seja, qualquer coisa como 5,2 mil milhões de pessoas vivem em países onde se registam graves violações à liberdade religiosa”, informou a responsável.

Desde 2021, em 34 países houve locais de culto ou propriedades religiosas atacadas ou danificadas. Em 36 países os agressores raramente ou nunca são punidos pelo sistema judicial. Em 40 países pessoas foram mortas ou raptadas por causa da sua fé. Em 47 países a situação da liberdade religiosa piorou.

Não podemos ignorar esta realidade”, afirmou a diretora da AIS.

A Fundação AIS é o secretariado português da organização internacional Aid to the Church in Need (ACN), uma fundação pontifícia que, a pedido do Santo Padre, ajuda os Cristãos onde quer que sejam perseguidos, refugiados ou ameaçados por causa da sua fé.

Consulte o Relatório 2023 – Liberdade Religiosa no Mundo aqui.

JM c/Fundação AIS

Liberdade Religiosa: “Red Week” será assinalada no Cristo Rei “para combater a indiferença” aos cristãos perseguidos

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21 de Novembro de 2023