comprehensive-camels

Movimento dos Trabalhadores Cristãos (MTC/LOC)

LOC assembleia

O Movimento dos Trabalhadores Cristãos (MTC/LOC) realizou no passado dia 17 de Novembro a assembleia anual. Os participantes refletiram sobre “Trabalho para todos como fundamento da dignidade humana”. A paróquia da Boa Água na Quinta do Conde foi o local onde se desenrolaram os trabalhos durante o dia.

Um dia intenso de trabalho onde os participantes puderam avaliar o ano pastoral que terminou e verificar o estado das contas do movimento. Depois da Eucaristia na comunidade da Quinta do Conde e o almoço conjunto todos escutaram a introdução ao tema que o Pe Emanuel Valadão, assistente nacional da MTC/LOC. Para melhor ordenação dividiu a exposição em duas partes. Primeiro falou do que são direitos humanos e suas características e seguida como se integra o trabalho humano entre esses direitos.

Começou por referir que a pessoa encontra-se no centro das preocupações e propostas da doutrina social da Igreja e que a ela se devem subordinar todos os processos económicos e políticos que dirigem a sociedade. «Toda a ação dos organismos da Ação Católica, nomeadamente a LOC, tem como principal objetivo a defesa e promoção da dignidade do homem e da mulher procurando em conjunto respostas aos problemas e fazendo propostas a toda a sociedade, principalmente aos responsáveis pelo bem-estar e desenvolvimento da humanidade», disse.

Servindo-se de textos bíblicos e do magistério da Igreja, o orador sublinhou o carácter inalienável e absoluto dos direitos humanos básicos porque são de ordem natural e têm valor por si mesmos não condicionados. «Eles ultrapassam os bens materiais enquanto tais, embora estes apresentem exigências mínimas de equidade indispensáveis», referiu, explicando com citações várias dos evangelhos e de encíclicas papais. Concluiu esta parte da sua exposição afirmando que as desigualdades económicas desmedidas são um escândalo ofensivo à dignidade humana e de modo nenhum podem ser naturais e consideradas normais. «São na verdade, uma ofensa ao Criador», disse, sublinhando que perante o sofrimento do irmão quando é atingido na sua dignidade, os nossos grupos de base cristã devem aparecer como sinais de esperança. Baseando-se no que disse o Papa Francisco: “Não deixeis que vos roubem a esperança”.

Sobre o trabalho humano, na 2.ª parte da sua apresentação o Pe Emanuel marcou as posições claras do Papa e dos Bispos portugueses no documento aprovado na última Assembleia da CEP. Cintando disse «o trabalho é condição fundamental para a dignidade humana e, por isso, centrar a vida no lucro e no rendimento é tomar uma posição injusta». A dignidade do homem e da mulher atacada pela falta de trabalho ou pela exagerada redução salarial não pode encontrar resposta adequada apenas no “assistencialismo” embora este, em casos extremos, se torne indispensável.

O sacerdote falou ainda que o Papa Francisco, numa expressão feliz, afirmou que “o trabalho unge-nos de dignidade” e o Conselho Nacional de Justiça e Paz reitera a ideia básica de que “somos pessoas e não números”.

O diálogo que se seguiu incidiu sobre vários aspetos importantes para os presentes, como a atitude cristã perante os homossexuais, as transformações da sociedade e a variação das necessidades de trabalho face à tecnologia moderna, o empreendedorismo enquanto solução suficientemente abrangente, a capacidade do homem enquanto criador e não simples máquina de produção, a formação profissional em moldes de melhor aproveitamento humano. Todo o encontro terminou com uma curta oração espontânea.

Pe Manuel Soares e BML

Partilhe nas redes sociais!
26 de Novembro de 2013