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“São José: Caminho para a Misericórdia” #4: III Domingo da Quaresma

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#4: III Domingo da Quaresma

Guião disponível para descarregar aqui.

Pai na obediência | Visitar os enfermos * Visitar os presos

Pai na obediência, in Carta Apostólica Patris Corde, Papa Francisco

Pai na obediência: De forma análoga a quanto fez Deus com Maria, manifestando-Lhe o seu plano de salvação, também revelou a José os seus desígnios por meio de sonhos, que na Bíblia, como em todos os povos antigos, eram considerados um dos meios pelos quais Deus manifesta a sua vontade.

José sente uma angústia imensa com a gravidez incompreensível de Maria: mas não quer «difamá-la» e decide «deixá-la secretamente» (Mt 1, 19). No primeiro sonho, o anjo ajuda-o a resolver o seu grave dilema: «Não temas receber Maria, tua esposa, pois o que Ela concebeu é obra do Espírito Santo. Ela dará à luz um filho, ao qual darás o nome de Jesus, porque Ele salvará o povo dos seus pecados» (Mt 1, 20-21). A sua resposta foi imediata: «Despertando do sono, José fez como lhe ordenou o anjo» (Mt 1, 24). Com a obediência, superou o seu drama e salvou Maria.

No segundo sonho, o anjo dá esta ordem a José: «Levanta-te, toma o menino e sua mãe, foge para o Egito e fica lá até que eu te avise, pois Herodes procurará o menino para o matar» (Mt 2, 13). José não hesitou em obedecer, sem se questionar sobre as dificuldades que encontraria: «E ele levantou-se de noite, tomou o menino e sua mãe e partiu para o Egito, permanecendo ali até à morte de Herodes» (Mt 2, 14-15).

No Egito, com confiança e paciência, José esperou do anjo o aviso prometido para voltar ao seu país. Logo que o mensageiro divino, num terceiro sonho – depois de o informar que tinham morrido aqueles que procuravam matar o menino –, lhe ordena que se levante, tome consigo o menino e sua mãe e regresse à terra de Israel (cf. Mt 2, 19-20), de novo obedece sem hesitar: «Levantando-se, ele tomou o menino e sua mãe e voltou para a terra de Israel» (Mt 2, 21).

Durante a viagem de regresso, porém, «tendo ouvido dizer que Arquelau reinava na Judeia, em lugar de Herodes, seu pai, teve medo de ir para lá. Então advertido em sonhos – e é a quarta vez que acontece – retirou-se para a região da Galileia e foi morar numa cidade chamada Nazaré» (Mt 2, 22-23).

Por sua vez, o evangelista Lucas refere que José enfrentou a longa e incómoda viagem de Nazaré a Belém, devido à lei do imperador César Augusto relativa ao recenseamento, que impunha a cada um registar-se na própria cidade de origem. E foi precisamente nesta circunstância que nasceu Jesus (cf. 2, 1-7), sendo inscrito no registo do Império, como todos os outros meninos.

São Lucas, de modo particular, tem o cuidado de assinalar que os pais de Jesus observavam todas as prescrições da Lei: os ritos da circuncisão de Jesus, da purificação de Maria depois do parto, da oferta do primogénito a Deus (cf. 2, 21-24).

Em todas as circunstâncias da sua vida, José soube pronunciar o seu «fiat», como Maria na Anunciação e Jesus no Getsémani. Na sua função de chefe de família, José ensinou Jesus a ser submisso aos pais (cf. Lc 2, 51), segundo o mandamento de Deus (cf. Ex 20, 12).

Ao longo da vida oculta em Nazaré, na escola de José, Ele aprendeu a fazer a vontade do Pai. Tal vontade torna-se o seu alimento diário (cf. Jo 4, 34). Mesmo no momento mais difícil da sua vida, vivido no Getsémani, preferiu que se cumprisse a vontade do Pai, e não a sua, fazendo-Se «obediente até à morte (…) de cruz» (Flp 2, 8).

Por isso, o autor da Carta aos Hebreus conclui que Jesus «aprendeu a obediência por aquilo que sofreu» (5, 8). Vê-se, a partir de todas estas vicissitudes, que «José foi chamado por Deus para servir diretamente a Pessoa e a missão de Jesus, mediante o exercício da sua paternidade: desse modo, precisamente, ele coopera no grande mistério da Redenção, quando chega a plenitude dos tempos, e é verdadeiramente ministro da salvação».


Reflexão de São José

Queridos filhos,

Espero voltar a encontrar-vos bem, na certeza de uma Quaresma bem vivida com os olhos na Cruz, verdadeira porta do Céu!

Esta semana proponho-vos meditarmos em duas obras de misericórdia corporais que estão intimamente unidas: “Visitar os enfermos” e “Visitar os presos”.

O Papa Francisco escreveu, recentemente, sobre mim que «José não hesitou em obedecer, sem se questionar sobre as dificuldades que encontraria […]. Em todas as circunstâncias da sua vida, José soube pronunciar o seu “fiat”, como Maria, na Anunciação, e Jesus, no Getsémani. Na sua função de chefe de família, José ensinou Jesus a ser submisso aos pais, segundo o mandamento de Deus. Ao longo da vida oculta de Nazaré, na escola de José, Ele aprendeu a fazer a vontade do Pai. Tal vontade torna-se o seu alimento diário».

Pode parecer que não, mas a obediência está intimamente ligada a estas duas obras de misericórdia que hoje vos apresento. 

Depois de nos ensinar que Deus nos ouve e responde àquilo que Lhe pedimos, Jesus conclui: «Portanto, o que quiserdes que os homens vos façam fazei-lho vós também: esta é a Lei e os Profetas» (cf. Mt 7, 7-12).

A caridade é, assim, fruto direto desta relação viva e íntima com Deus que é a Fé. A “obediência da fé”, depois de nos revelar quem é Aquele Deus a quem assentimos com toda a nossa vontade, leva-nos à certeza da necessidade de nos identificarmos com Ele. Ora, Ele é Amor, e por isso nós devemos também fazermo-nos Amor. Eis a simplicidade da vida cristã.

Podeis perguntar: “Então, mas hoje, confinados em casa, assolados por uma doença tão contagiosa, como podemos visitar quem quer que seja?”.

Quantos presos nas suas doenças, corporais e espirituais, conheceis hoje? Com quantos doentes nas suas prisões, tão diversas quantas circunstâncias existenciais, vos deparais hoje?

Doentes do corpo ou da alma, doenças que contagiam toda uma família ou uma comunidade, doenças que destroem qualquer “sistema relacional”. Presos cativos nos seus infinitos afazeres mundanos, condicionados pela urgência imposta pelo mundo sobre aquilo que não é, de todo, o mais importante.

Doenças e prisões como o egoísmo, a avareza, a soberba, a inveja, a luxúria, a gula, a ira, a preguiça… Doenças e prisões que se exprimem em sintomas bastante concretos, em pecados – umas vezes mais despercebidos, outras nem tanto – que mostram a necessidade de uma cura verdadeiramente eficaz que conduza à liberdade.

Esta cura libertadora, muitas vezes, está a um “comprimido”, a uma “pomada”, de se tornar atual e atuante. Pela nossa obediência ao mandamento da Caridade, façamo-nos verdadeiros enfermeiros e visitadores, façamo-nos “bisnaga” e “blíster” nos quais a Graça se administra àqueles que dela precisam urgentemente.

Que tenhamos a coragem e a lucidez de Pedro diante do paralítico à porta do Templo: «Não tenho ouro nem prata, mas o que tenho, isto te dou: Em nome de Jesus Cristo Nazareno, levanta-te e anda!» (Act 3, 6).

Uma carta, uma mensagem, uma chamada, uma videoconferência, uma saudação à janela: se é por Amor, tudo vale; e dar Jesus é sempre Amor!

Continuação de uma santa Quaresma, com a certeza de que a Cruz conduz ao Sepulcro vazio!

Vosso, junto de Deus,

José de Nazaré


Sugestão Cultural

A nossa proposta para esta semana passa pela descoberta do Passo a Rezar, uma das plataformas mais utilizadas onde podemos encontrar para cada dia 10 minutos de áudio, que podemos ouvir ou fazer o seu download, relativo ao evangelho diário e pequenas reflexões associadas. Neste tempo de Quaresma desafiamos também a descoberta de um dos rostos de Misericórdia da nossa geração, Madre Teresa de Calcutá… Santa Teresa de Calcutá.

 

PARA REZAR

Passos diários do Passo a Rezar:

 

PARA LER

“Vem, Sê a minha Luz” de Madre Teresa de Calcutá, publicado pela Alêtheia Editores

Adquirir aqui.

 

PARA VER

Mais aqui sobre as Missionárias da Caridade em Portugal e sobre Madre Teresa, incluindo a inspiração que originou um musical sobre a sua vida.

Descobre mais sobre a obra das Missionárias da Caridade entre nós através da reportagem do programa 70×7.

 

Quaresma/Páscoa: Dinâmica “São José: Caminho para a Misericórdia”

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01 de Março de 2021