Reflexão da jovem Ana Inês Agostinho, da Paróquia de Vila Nova de Caparica, sobre o regresso às Eucaristias comunitárias.
Estamos a viver a Semana Santa, a semana que nos reporta à Paixão de Cristo. A Última Ceia será então recordada como a primeira ceia do Povo de Deus.
Atualmente temos a graça de, pelo menos todos os domingos, dar cor às palavras de Jesus: «Fazei isto em memória de Mim». Mas não basta fazer memória d’Ele em minha casa, sozinha, no meu coração? Que falta me faz, ter de ir à igreja “fazer memória”? Tomar o Corpo e o Sangue? Participar na Eucaristia?
Durante os dois períodos de confinamento obrigatório, vivi na pele os meus desejos da altura em que era uma criança imatura: “não ir à missa”. E custou-me muito. Que efeitos teve em mim? Tive fome, tive sede. Assisti às Eucaristias através da página de Facebook da minha paróquia, na minha casa, muitas vezes sozinha… No mesmo ecrã onde trabalho, vejo filmes, faço reuniões ZOOM e onde vão surgindo notificações minuto a minuto, etc. Mas dou graças por ao menos ter este meio de fazer Comunhão!
Jesus providenciou. Mostrou-nos como se faz para estarmos verdadeiramente unidos ao Pai. Revelou-nos que Deus é um Deus de relação, que nos toca. Fez-Se verbo, fez-Se carne, fez-Se pão e vinho, toma o rosto das pessoas que nos rodeiam, faz-nos Seus instrumentos, encontra-Se nos nossos sonhos, nos desertos, nas multidões.
Deus conhece-nos tão bem que por intermédio do Seu Filho, possibilita-nos participar no Mistério da Eucaristia com todos os nossos sentidos, com toda a nossa humanidade, também na condição de Seus filhos. Passar do Pão e o Vinho ao Corpo e o Sangue, sinto que é o nosso próprio resgate… Reforça-se a nossa passagem batismal de criaturas do mundo para filhos de Deus, que participam na Comunhão dos Santos.
“Como não posso receber-Vos agora, de maneira sacramental, vinde ao menos espiritualmente ao meu coração.” Ao menos, durante o confinamento, tivemos a Comunhão Espiritual, e dou graças por isso! Fizemos memória na mesma…
Mas poder voltar à casa do Pai, onde encontro a minha comunidade, a minha família e poder na totalidade do meu ser encontrar-me com Ele, é ficar de coração cheio de graças e ao mesmo tempo com mais espaço para amar. Apercebi-me, uma vez mais, da importância deste encontro Eucarístico, que nos direciona para o Caminho, a Verdade e a Vida. Desejando uma vida evangelizada e evangelizante.
Mais uma pequena nota: faço parte da equipa de acolhimento da minha paróquia e esta equipa garante que são cumpridas todas as medidas de segurança apontadas pela CEP (Conferência Episcopal Portuguesa) e pela DGS (Direção-Geral de Saúde). Confiamos no Senhor e procuramos fazer a nossa parte. Mantenham-se em segurança! Participar na Eucaristia é sem dúvidas um bem essencial e é seguro, se todos nós colaborarmos.
Boa Semana Santa! Bom Tríduo Pascal… Bom regresso a casa!
Ana Inês Agostinho, Paróquia de Vila Nova da Caparica