Depois da ordenação presbiteral no dia 19 de junho, os novos padres da Diocese de Setúbal celebraram, no fim de semana seguinte, 25 e 26 de junho, as suas Missas Novas. Os Padres José Cachaço e Afonso Pereira presidiram à Eucaristia nas Paróquias que os viram crescer na fé, Cacilhas e Pinhal de Frades, respetivamente. Já o Padre José Raposo, originário de Beja, celebrou na Paróquia do Castelo de Sesimbra, por estar ali em serviço pastoral desde há dois anos.
As diferentes celebrações contaram com a presença de familiares e amigos, dos fiéis das comunidades locais, de vários padres, bem como da comunidade do Seminário de Almada, onde os novos presbíteros fizeram a sua formação.
Padre José Raposo: “Entrego o meu ministério sacerdotal a Nosso Senhor e Nossa Senhora”
O Padre José Raposo está há dois anos na Paróquia do Castelo de Sesimbra, primeiro como seminarista em estágio pastoral e posteriormente como diácono. Agradeceu à comunidade, e em especial ao seu pároco, Padre Eduardo Nobre, o acompanhamento, a oração e a partilha ao longo do tempo presente na comunidade. “Esta nossa comunidade viu-me chegar como um estranho. Sinto que já nos adotámos. Que alegria e generosidade, quando Deus nos dá tantos irmãos, mesmo quando vimos de terras mais distantes” confidenciou.
“Entrego o meu ministério sacerdotal a Nosso Senhor e a Nossa Senhora, pedindo a todos vós aqui presentes e pelos ausentes que o Senhor tão bem conhece” referiu no início da sua homilia. O novo sacerdote manifestou que deseja um ministério pautado pela “comunhão, fraternidade e sinodalidade”, numa relação “transparente e sem máscaras, conhecendo cada um pelo nome”, acrescentando que “é preciso envolvermo-nos todos, cada um na sua vocação, mas todos a caminhar para o mesmo. Não com grandezas, todos seguindo o mesmo rumo”, acrescentou.
Lembrando a sua origem em ambiente rural, evocou o Bom Pastor, que se identifica com as suas ovelhas, como referência para o seu ministério sacerdotal: “Venho de uma terra de pastores para ser pastor nesta querida Diocese de Setúbal. É aqui, com vocês, que quero ser pastor. Durante este tempo pedi que rezassem por mim porque sois vós que me ajudais a subir ao altar. Sem essa vossa atitude orante para com os vossos pastores, a Igreja caminha como ovelha tresmalhada”, terminou, assegurando a sua oração pela comunidade e pedindo que rezem também por ele.
O Padre José Raposo celebrará, também, a sua Missa Nova na Igreja Matriz de Beringel (Diocese de Beja), de onde é originário, no dia 3 de julho pelas 18h.
Padre José Cachaço: “Um passo decisivo num caminho de santidade”
Na homilia da Missa Nova que celebrou na Igreja Paroquial de Cacilhas, o Padre José Cachaço afirmou que “Jesus reclama para si, o centro e o todo da nossa vida” e sublinhou que tem “ainda muito pela frente para Lhe saber responder com esta radicalidade e seriedade que Jesus pede”.
“O mistério da Ordem que recebi no Domingo passado é um passo, decisivo, mas é só um passo num caminho de santidade que começou no batismo e, queira Deus, possa acabar na eternidade”, destacou o novo presbítero.
“Curioso, vir aqui a Cacilhas, no dia em que o próprio Senhor diz ‘quem tiver lançado as mãos ao arado e olhar para trás, não serve’ – afirmou – É certo que não posso ficar preso ao passado, mas posso e devo olhar para trás com gratidão, pelo caminho que passou por esta igreja, por esta paróquia, sob o olhar da Senhora do Bom Sucesso; um caminho que passou por muitos de vocês que aqui estão”.
O Padre José Cachaço lembrou, ainda, o falecido Padre João Luís Paixão que foi pároco de Cacilhas durante 9 anos, de 2004 a 2013: “Dou graças a Deus pelo dom do sacerdócio do Padre Quintino – atual pároco – e do Padre João que Deus tem. Olhar para trás deste modo, com gratidão, talvez não seja uma distração, mas seja uma forma de conduzir o arado direito”.
Padre Afonso Pereira: “Qual é a verdade fundamental da minha vida e o que é Tu me queres dizer com ela?”
“A Paróquia de Pinhal de Frades foi criada há 20 anos e, passados estes anos, gera um padre – afirmou o Padre Afonso Pereira na homilia da sua Missa Nova, na comunidade que o viu crescer – A minha esperança, não por mim, é que se sairmos todos daqui a perguntar a Jesus ‘qual é a verdade fundamental da minha vida e o que é Tu me queres dizer com ela’, não tenhamos que esperar mais vinte anos para ter um padre originário de Pinhal de Frades”.
“O mérito de eu estar aqui hoje não é meu. O trabalho é de Jesus, mas foi muito feito convosco”, referiu o Padre Afonso que deixou um desafio à comunidade paroquial: “aquilo que fizeram comigo é para fazer com os outros que aqui estão. Se o trabalho for bem feito, mais bem feito e em mais quantidade do que foi comigo, tenho quase a certeza que não precisamos de esperar mais vinte anos para ter outro padre gerado nesta paróquia”.
O novo padre formulou ainda o desejo de que a sua entrega ao sacerdócio possa ser um sinal de Jesus, junto dos outros. “Desejo que a minha vida de padre, nas minhas bastante limitadas capacidades, seja uma vida para vos dizer que Deus nos ama, nos criou, nos quer para Ele e quer fazer-se nosso. Que a minha vida de padre sirva, espero eu, para vos ajudar a perceber, na vossa vida concreta, que, quando temos a coragem de pedir a Jesus que nos mostre a verdade da vida, Ele começa a mudar”.
AS e JM
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