comprehensive-camels

Publicação/D. Américo Aguiar: “É uma vida dada à Igreja, desde cedo, à sociedade”

20231113-d-americo-aguiar-apresentacao-livro-paulinas (49)

“Américo Aguiar – Quem é e o que pensa o organizador da JMJ, que o Papa elevou a cardeal”, obra do jornalista João Francisco Gomes, foi apresentada este sábado em Setúbal, no Salão Nobre dos Paços do Concelho.

Como explicou o autor, o projeto editorial, sob chancela da Paulinas Editora, surgiu após o anúncio da elevação de D. Américo Aguiar a cardeal: “A minha ideia seria aproveitar o muito material que tenho recolhido em várias entrevistas e artigos, tanto para o Observador como para o livro que escrevi sobre a questão dos abusos sexuais de menores”, permitindo aos que leitores que “pudessem conhecer a vida, o percurso pessoal e eclesiástico do novo cardeal português”.

 

“Acredito que D. Américo Aguiar é uma pessoa indispensável para compreender o que é a Igreja Católica contemporânea, a Igreja que o Papa Francisco tem vindo a construir para o século XXI” afirmou João Francisco Gomes, apelidando-o como “um dos bispos mais relevantes da Igreja Católica em Portugal”.

“Esta é uma síntese biográfica para conhecer a história de vida, desde a infância em Leça do Balio, a militância política e ambiental, a vida de escuteiro, os sonhos de seminarista, os tempos de padre no Porto, as obras na Torre dos Clérigos, os estudos de comunicação, o trabalho na Rádio Renascença, o tempo como “braço direito” de D. Manuel Clemente, a nomeação como Bispo Auxiliar de Lisboa, o combate aos abusos sexuais no contexto da Igreja e a organização da Jornada Mundial da Juventude.”

A nomeação para cardeal não pode ser dissociada da nomeação para Setúbal

Sobre a nomeação de D. Américo Aguiar como Bispo de Setúbal, o jornalista confessou-se “surpreendido” mas acredita que era “inevitável” na Igreja preconizada pelo Papa: “nada seria mais ao estilo do Papa Francisco do que nomear cardeal o jovem bispo que montou a Jornada Mundial da Juventude e enviá-lo para a Diocese de Setúbal”.

“Quando olhamos hoje para a Conferência Episcopal, encontramos apenas um cardeal em funções. Não é em Lisboa, não é em Fátima, nem em nenhuma das arquidioceses: é aqui em Setúbal, uma diocese recente, muitas vezes esquecida, marcada por uma realidade complexa do ponto de vista social, muito marcada pela periferia da cidade de Lisboa”, realçou.

Invertendo a lógica de ter cardeais como titulares em dioceses centrais, a prática de Francisco tem sido escolher para cardeais “bispos mais jovens, de todo o mundo não são só da Europa”, “que conhecem bem o terreno”, de dioceses “à margem”.

“A nomeação de D. Américo Aguiar para cardeal não pode ser dissociada da sua nomeação para Setúbal”, remata.

“Aquilo que eu pretendo, com a minha vida, é provocar os sadinos a sonhar e lutar com poesia”

O Cardeal D. Américo Aguiar, presente na apresentação, agradeceu as palavras e a presença dos intervenientes. “É uma vida dada à Igreja, desde cedo, há sociedade. Deus, quando dá estes desafios, estas provocações, também sinto que me dá o que é necessário para os cumprir”.

Acrescenta que a publicação, apesar de não ser uma biografia autorizada no sentido nobre do termo, dá “uma ideia mais certa” de quem é o Bispo de Setúbal.

“A mim, faz eco no coração aquilo que, nesta caminhada de preparação para a Jornada, o Papa me foi dizendo: que era preciso recolocar no coração dos jovens, e das pessoas em geral, a coragem, a vontade, a força, o desejo de sonhar. É preciso voltar a sonhar. Se os jovens, as famílias, as empresas, as instituições não tiverem um sonho, não vamos lá.”

 

“Aquilo que eu pretendo, com a minha vida, é provocar os sadinos a sonhar e lutar com poesia para que juntos possamos alcançar esses sonhos”, realçou.

Sobre a Diocese de Setúbal, destacou os muitos desafios que existem pela frente e a imagem que se criou na sociedade portuguesa sobre a região: “Tenho consciência que os portugueses têm uma fotografia parada no tempo daquilo que é Setúbal. Graças a Deus, e ao trabalho de D. Manuel Martins, ao trabalho do D. Gilberto, ao trabalho de D. José Ornelas, mas mais do que isso graças ao trabalho das pessoas de boa vontade deste território, a Setúbal de hoje não é Setúbal dos anos 70 ou 80”.

“É necessário trabalharmos todos juntos para retirarmos a carga tóxica e negativa da Margem Sul. É uma injustiça para os homens e mulheres que aqui vivem, que aqui constroem as suas famílias, os seus sonhos e as suas vidas”, salientou.

“Testemunho e incentivo para tantos, especialmente para os jovens”

Também presentes na apresentação estiveram o Presidente da Câmara Municipal de Setúbal, André Martins, que deu as boas-vindas, e a Irmã Eliete Duarte, responsável editorial pela Paulinas Editora.

Realçando o trabalho do autor e a longa colaboração do cardeal com as Paulinas, a religiosa afirmou que o livro, “para além de apresentar o pensamento de D. Américo, apresenta também o seu percurso: alguém que nasceu numa família não propriamente católica mas que pode constituir um testemunho e incentivo para tantos, especialmente para os jovens”.

Na apresentação estiveram presentes muitos diocesanos, incluindo sacerdotes e religiosos.

“Américo Aguiar – Quem é e o que pensa o organizador da JMJ, que o Papa elevou a cardeal” foi publicado em setembro pela Paulinas Editora e já se encontra na sua segunda edição.

 

JM

Publicação: Obra sobre o Cardeal D. Américo Aguiar será apresentada em Setúbal

Partilhe nas redes sociais!
13 de Novembro de 2023