Reflexão de Ana Margarida Chagas, Chefe Regional de Setúbal do Corpo Nacional de Escutas – Escutismo Católico Português
Quando me foi pedido que apresentasse uma reflexão sobre este tempo do, agora, Administrador Diocesano Dom José com os leigos, recordo-me imediatamente, de entre as muitas conversas com o, então, nosso Bispo, o seu pedido especial para que o contactasse, sempre que possível, diretamente.
Esta postura, que sempre manteve, quer na recepção dos meus contactos, quer nos contactos de sua iniciativa, deixou muito cedo em mim clara a percepção de que se queria fazer presente, pessoalmente, entre os leigos.
Esta sua postura permitiu que, após um tempo inicial de adaptação, viéssemos a sentir a sua firme vontade de se envolver nas estruturas, não com um caráter tutelar, mas com uma vontade franca de quem quer conhecer e assim estabelecer a tão necessária relação. E penso que o conseguiu (na maioria das vezes).
Fê-lo, quando nomeou para vários cargos de responsabilidade diversos leigos. Fê-lo, quando se aproximou das paróquias, em especial dos jovens, no seu périplo incansável de ponta a ponta da Diocese. Fê-lo, quando fez por estar presente em todas as solicitações, muito para além do que era devido. Fê-lo, quando em plena pandemia se envolveu diretamente, não só na promoção mas no apoio direto, onde e quando percebeu que era necessário. Fê-lo, quando não escondeu o seu entusiasmo com o Sínodo.
Sei que é esta a sua visão de Igreja. Sei que sabe que a Igreja de Cristo somos todos – religiosos e leigos – e que sem estes últimos não cumpriremos o sonho de Deus.
Sei que queria ter feito mais.
Sei que não teve tempo.
Confiamos que continue a fazer esse trabalho, para lá das “portas” de Setúbal, porque a Igreja somos mesmo todos os que, de coração, temos esse desejo de santidade nas nossas vidas concretas, seja aqui, seja em Leiria-Fátima.
Rezamos para que o seu sucessor venha com o mesmo desejo de construção de Igreja com os leigos, em especial, com os jovens, que são o futuro de qualquer sociedade a que a Igreja não pode ficar indiferente.”
Ana Margarida Chagas
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