No dia do seu 50º aniversário, o Cardeal D. Américo Aguiar encontrou-se com o clero diocesano no Seminário Maior de São Paulo, em Almada.
Na sua intervenção o Bispo de Setúbal fez um balanço do primeiro mês e meio na Diocese, agradecendo o “acolhimento muito fraterno de todos”, não só nas comunidades mas também nas instituições da sociedade civil, acreditando que as boas relações de fraternidade e comunhão com as autoridades públicas é “fruto do trabalho de cada um de vocês e de todos os nossos antecessores [bispos e sacerdotes]”.
Encontrou em cada um dos interlocutores “esperança do que a Igreja possa significar como parceira do caminho de desenvolvimento da região, com cada uma das instituições, empresas e com a universidade, sonhando juntos o futuro deste território”.
Das suas visitas, o D. Américo destacou a visita aos estabelecimentos prisionais de Setúbal e Montijo, que têm infraestruturas fracas, defendendo que é necessário aprofundar a pastoral penitenciária: “a estes homens e mulheres podemos tirar-lhes a liberdade mas não podemos tirar-lhes a esperança”.
O prelado frisou a urgência de revitalizar vários sectores da pastoral diocesana, como é o caso das migrações: “é uma área muito urgente na nossa diocese”, que recebe pessoas das mais diferentes proveniências, existindo situações muito sensíveis que não podem ser ignoradas. “Temos de estar atentos para não sermos surpreendidos e para não sermos coniventes”.
A educação e formação cristã dos mais jovens também é uma preocupação do novo Bispo de Setúbal, nomeadamente a diminuição do número de alunos a frequentar a disciplina de Educação Moral e Religiosa Católica nas escolas e o número de catequisandos a frequentar a catequese.
Reconhece uma diocese onde a prática religiosa é diminuta: “somos quase 900 mil mas poucos conhecem e celebram Cristo Vivo” e por isso sonha com uma diocese missionária, uma Igreja em Saída que vai ao encontro, comunidade a comunidade. “Temos de ser capazes de deixar de fazer sempre do mesmo modo, temos de ser capazes de fazer de modo diferente. Sejamos capazes de fazer juntos o melhor para as comunidades que servimos”, acrescentou.
A organização paroquial e vicarial, a sustentabilidade financeira e patrimonial das estruturas eclesiais, a coresponsabilização e pastoral de conjunto são algumas das suas prioridades, referindo a importância de revitalizar a pastoral familiar, a pastoral vocacional e de dar novos passos na pastoral sociocaritativa.
Na sequência da Jornada Mundial da Juventude, apelou a que não se perca o entusiasmo, escutando os jovens e os seus sonhos: “Queremos continuar uma caminhada sinodal com os jovens. Não perder o elã da Jornada Mundial da juventude. Procurar que os comités paroquiais, vicariais e diocesano, todas estas estruturas que foram criadas não se percam, mantenham-se, que sejamos capazes de “alimentar” os jovens, de os ouvir. Perceber para que direções eles querem caminhar, com meta em Cristo Vivo”.
Destacou também a futura recriação do Conselho Pastoral Diocesano e apelou a que todas as paróquias tenham Conselho Pastoral Paroquial ativo: “Achemos normal que esteja institucionalizado o conselho pastoral paroquial. Ter os vários órgãos em funcionamento para fazer o melhor possível”.
Lembrou o 50º cinquentenário da Diocese, a decorrer em 2025, bem como o Jubileu do mesmo ano, cujas orientações se aguardam por parte da Santa Sé. Para preparar estes momentos, será constituída uma comissão diocesana.
No final do encontro, D. Américo Aguiar deu posse aos novos vigários gerais, Padre Fernando Paiva e Padre José Pinheiro, que prestaram juramento e assinaram os termos de tomada de posse.
JM